— Karina! — Ademir imediatamente se levantou e a envolveu em seus braços, seu olhar cheio de preocupação. — O que foi? Você não está se sentindo bem de novo?
Karina manteve os olhos fechados e não respondeu.
Aquela sensação voltou.
Uma tontura repentina.
As imagens diante dela balançavam de um lado para o outro em sua visão...
— Karina? — Ela continuou em silêncio, deixando Ademir ainda mais aflito.
— Espera um pouco... Daqui a pouco passa...
Esperar?
Como Ademir poderia simplesmente esperar vendo Karina assim?
— Esperar o quê? — Ele estendeu os braços e a pegou no colo. — Vamos para o hospital!
Sem dar chance para Karina recusar, ele a levou diretamente ao hospital de maternidade.
Não tinham consulta marcada, mas, por sorte, naquela noite a Dra. Coelho estava de plantão.
Karina se deitou na sala de exames enquanto a Dra. Coelho, de frente para Ademir, o encarava com um tom nada amigável:
— Sr. Ademir, que surpresa... Um homem tão ocupado como o senhor encontrou tempo para vir hoje?
Aquele tom...
Ademir se lembrou de que, dias atrás, a Dra. Coelho havia lhe ligado.
Mas, na época, ele e Karina estavam brigados. Ele estava irritado e não atendeu a chamada.
Agora, reconhecendo seu erro, ele se desculpou sinceramente:
— Dra. Coelho, me perdoe por não ter atendido sua ligação da última vez.
— Não precisa se desculpar. — Ela deu um sorriso frio e balançou levemente a cabeça. — Quem merece suas desculpas não sou eu, mas sua esposa... E seu filho.
"O que ela quer dizer com isso?"
Ademir manteve um sorriso contido, tentando se manter calmo:
— Dra. Coelho, por favor, fale diretamente.
— Pois não. — Ela estendeu a mão, abriu uma gaveta ao lado e retirou um maço de exames, colocando-os diante dele. — Olhe você mesmo. Na última vez em que não veio, deixei tudo aqui. Não mostrei para sua esposa.
Ela fez uma pausa e, com o dedo, tocou levemente os relatórios.
Porque, no fim, era verdade.
Tudo aquilo era culpa dele.
— E agora... — Ele perguntou com dificuldade, sentindo a garganta seca. — O que deve ser feito?
— O que deve ser feito? — A Dra. Coelho ficou em silêncio por dois segundos. Como médica, era difícil para ela dar aquela resposta. — Você está com tanta pressa assim para ter um herdeiro?
Ademir franziu a testa, mas não disse nada.
— Se não estiver, sugiro que tentem novamente no futuro. Vocês ainda são jovens. Terão outras oportunidades de ter um filho.
O pior cenário havia se concretizado.
Ademir fechou os olhos com força, como se pudesse afastar aquela realidade.
— Não há outra solução? Precisa ser assim?
— Sr. Ademir, sua esposa também é médica. Você entende que, neste mundo, não existe médico capaz de garantir certezas absolutas. — A Dra. Coelho suspirou, visivelmente frustrada. — O que posso dizer é que, se ela levar essa gestação adiante, o bebê pode até nascer sem grandes problemas, mas o impacto na saúde da mãe será enorme.
Como mulher, ela hesitou antes de continuar:
— Existe um risco muito alto de o bebê não sobreviver, de a Karina nunca mais poder engravidar e, no pior dos casos... De perdermos a mãe também.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...