— Karina, por que você quer chamar a polícia? — Ademir se aproximou lentamente e se agachou diante dela. — Para com isso, ainda somos marido e mulher. Eu vim à casa da minha esposa... Isso é crime?
Karina estava irritada e perguntou:
— O que você quer, afinal?
— Eu? — Ademir endireitou o corpo, ergueu a mão e acariciou suavemente os cabelos longos dela. — Você não está descansando direito, não é? Pode tirar licença médica, ainda vai receber o salário. Sua barriga já está enorme... Eu só não quero que você se canse. Espero que você e o bebê fiquem bem.
Essas palavras fizeram Karina sentir um desconforto profundo.
Ela arregalou os olhos.
— O quê? Agora que não tem como me obrigar, resolveu falar bonito? Acha que, com isso, eu vou concordar em doar parte do meu fígado?
— É assim que você me vê?
— E não é? — Karina soltou uma risada fria. — O Sr. Ademir tem uma memória péssima, hein? Não faz muito tempo, você mesmo me deu uma lição, não foi?
Ela se referia ao dia em que Eunice foi até seu consultório causar confusão, e Ademir tentou convencê-la a ceder.
Não era isso que significava arcar com as consequências das próprias escolhas?
Arrependimento... Mas não completamente.
— Você... — Ademir rangeu os dentes, furioso, mas logo sentiu uma frustração inexplicável.
Ele se levantou e voltou ao assunto anterior:
— Já decidiu? O que quer comer hoje à noite?
Karina soltou uma risada sarcástica e respondeu com indiferença:
— O Sr. Ademir faça o que bem entender... Ainda precisa me perguntar?
Ademir ficou em silêncio, observando ela por alguns instantes antes de dizer:
— Certo. Então eu decido. Pelo jeito, você não quer sair. Vamos comer em casa.
Dizendo isso, pegou o telefone e ligou para alguém:
— Isso, entregue aqui. E seja rápido.
Karina o observava em silêncio. Ela realmente não conseguia entender Ademir.
Sem esperar que ele terminasse a ligação, se levantou e caminhou para o quarto.
— Karina. — Ademir a segurou pelo pulso. — Onde você vai?
— Dormir. — Karina lançou-lhe um olhar irritado. — Agora nem isso você permite?
— Claro que sim. — Ele soltou seu pulso. — Vá. O jantar ainda vai demorar um pouco para chegar.
Finalmente livre, Karina entrou no quarto e bateu a porta com força.
Ademir ouviu o barulho da porta batendo, mas apenas sorriu de leve e murmurou baixinho:
Estava prestes a beijá-la quando, de repente, Karina abriu os olhos.
O olhar dela era límpido, sem nenhum vestígio de sono.
— O que você está fazendo?
O beijo roubado falhou. Por pouco, não foi flagrado.
Ainda assim, Ademir não demonstrou qualquer constrangimento. Com uma calma impecável, respondeu:
— Acordou? Então se levante, a comida acabou de chegar.
— Sai daqui.
— Tudo bem. — Ele concordou sem discutir.
Antes de sair, lançou um olhar ao chão.
Karina provavelmente subiu irritada na cama, porque seus chinelos estavam espalhados pelos lados.
Ele se abaixou, pegou-os e os colocou organizadamente ao lado da cama.
— Pode ir com calma, não precisa se apressar.
Karina olhou de relance para os chinelos alinhados e franziu ligeiramente a testa.
Quando saiu do quarto, a mesa já estava posta.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...