Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 757

Por causa de Karina, essa foi a primeira vez que Ademir chamou o sogro daquela maneira.

— Espero que você possa proteger a Karina, que todo o perigo recaia sobre mim.

Após dizer isso, ele se ajoelhou e encostou a testa no chão em sinal de respeito.

...

Ao amanhecer.

Ademir retornou à Rua de Francisco Antônio. Ao entrar em casa, o fez com todo o cuidado, com medo de acordar Karina.

Enquanto trocava os sapatos, viu a mala colocada bem no meio da sala de estar. Seu olhar mudou imediatamente, as sobrancelhas se franziram.

Karina tinha feito suas malas... Estava o mandando embora?

Passos leves se aproximaram. Karina já estava de pé:

— Você voltou.

Quando Ademir levantou o rosto e viu a expressão dela, Karina ficou um pouco atônita. Percebeu que ele tinha entendido tudo errado, embora não estivesse completamente enganado.

Karina disse:

— Aqui dentro estão as minhas coisas.

Não eram as coisas dele? Então ela não estava o expulsando?

O semblante de Ademir relaxou e ele perguntou:

— Por que acordou tão cedo? Não quis dormir um pouco mais?

— Acordei e não consegui mais pegar no sono. — Respondeu Karina com serenidade. — Hoje, eu vou ser internada.

Ao ouvir aquilo, Ademir ficou um instante sem reação. Era hoje? Com tantas coisas acontecendo ultimamente, ele havia se esquecido.

— Depois do café da manhã, eu te levo.

Karina permaneceu em silêncio por dois segundos antes de sorrir, com delicadeza:

— Está bem.

Uma hora depois, o carro preto de luxo entrou na maternidade e estacionou em frente ao prédio da ala de internação.

— Ademir. — Quando ele estava prestes a descer do carro, foi chamado por Karina.

— O que foi? — Ele se virou para encará-la.

Karina sorriu e disse:

Franziu a testa e balançou a cabeça levemente:

— Você se esqueceu? Você me prometeu algo, lembra?

Sem esperar que ele respondesse, ela mesma continuou. Olhando diretamente nos olhos dele, falou com clareza:

— Você me prometeu, com todas as letras, que não veria mais a Vitória. Mas você não cumpriu.

O homem ficou estático, e em seus olhos profundos surgiu um leve sorriso:

— Sim, eu a vi. Mas eu escondi isso de você? Fiz algo que pudesse ser considerado uma traição?

— Talvez não tenha feito. — Karina não se descontrolou, apenas assentiu com a cabeça e respondeu com honestidade. — Mas, Ademir, isso me incomoda. Me deixa infeliz. Eu não gosto. Eu não quero ver você olhando para ela, não quero que se preocupe com ela, que sinta compaixão... Mesmo que seja só um pouco. Você entende?

— Karina... — Os lábios de Ademir se comprimiram numa linha fina, e seus olhos, intensamente apaixonados, encaravam Karina. — Se você se importa tanto assim comigo... Por que quer terminar?

— Porque... A Vitória não tem mais ninguém. — Karina disse com a voz firme. — Ela se feriu por sua causa. Agora, perdeu o pai e a mãe dela... Bem, você sabe como é. Você é tudo o que ela tem. Ela precisa de você, e vai precisar para sempre.

— Karina...

— Por isso, eu escolho te deixar ir. — Karina respirou fundo, sentindo como se uma pedra gigantesca pesasse sobre o peito, tirando-lhe o ar.

— Não, Karina! Eu não aceito isso! — Ademir, desesperado, a envolveu em um abraço apertado. — O que eu sinto por ela é só cuidado de amigo, eu juro! Não tem mais nada!