Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 774

— O que foi? — Disse Júlia. — Justamente agora é o momento em que a Karina mais precisa de cuidados. Se eu não viesse agora, ia esperar até quando?

— Mãe. — Túlio estava claramente frustrado. — Eu já te falei, eu e a Karina somos só amigos...

— Mas, no fundo do seu coração...

— Sim, eu gosto dela. — Túlio admitiu sem hesitar. — Mas eu nunca vou destruir o casamento dela. Quando a gente realmente ama alguém, o que mais quer é que essa pessoa seja feliz. Eu também sou assim. Eu quero que a Karina tenha um casamento feliz. Você entende?

Júlia não conseguia aceitar essa resposta:

— E você? Já pensou em você mesmo?

— Se a Karina estiver feliz, então eu também estou. — Túlio respondeu com sinceridade. — A escolha é dela, só ela pode decidir. O que eu posso fazer é estar por perto e ajudar quando ela precisar.

— Túlio...

— Mãe. — Disse Túlio com firmeza. — Não me pressione. E não pressione a Karina também. Você sabe o quanto eu gosto dela. Eu já a machuquei antes. Daqui para frente, só se ela for feliz é que eu também vou conseguir ser.

Júlia ficou sem reação, calada, em silêncio.

Depois de muito tempo, soltou um suspiro:

— Tá bom, a mamãe entendeu. Vou respeitar sua decisão.

— Obrigado, mãe. — Túlio sorriu.

Ele acompanhou Júlia até a porta e a conduziu para fora do quarto do hospital.

Ao voltar, lançou um sorriso para Karina:

— Desculpa, minha mãe te incomodou de novo.

— Não foi nada. — Karina sorriu, balançando a cabeça, e apontou para a sala de refeições. — Vamos comer alguma coisa juntos?

— Claro.

Os dois se sentaram na sala de refeições e tomaram o café da manhã lado a lado.

Karina perguntou:

— Você tem algum compromisso hoje?

— Nenhum. — Túlio balançou a cabeça. — Ainda estou doente, que compromisso eu poderia ter?

— Então... Você pode me acompanhar até a Ponte do Deus do Vinho?

A única resposta foi o sorriso silencioso de Heloísa na foto gravada na lápide.

Karina sorriu de volta e continuou:

— Eu sabia. Mãe, fica tranquila, eu vou viver bem, vou cuidar de mim e do bebê. E hoje... Hoje eu vim te contar que o papai foi te encontrar.

Seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

— Ele acabou de ir... Talvez demore para encontrar o caminho. Ele não mudou muito, o corpo continua o mesmo, ainda dá para chamar de um tio bonito, só os cabelos que ficaram meio brancos. Mãe, ele morreu para me salvar. Eu não tenho o direito de pedir que você o perdoe, mas... Quando for brigar com ele, xingar ele, faça isso com um pouquinho de leveza, tá bom? A partida dele... Doeu. Doeu muito.

O vento frio soprou, e Karina cobriu os olhos com a mão.

— Mãe, eu estou indo. Daqui a um tempo, venho te visitar de novo.

Ela se virou, e Túlio se aproximou imediatamente, segurando com delicadeza o braço dela enquanto caminhavam devagar.

Como não era uma data especial, havia poucas pessoas visitando seus entes queridos naquele cemitério. Até mesmo no estacionamento, quase não se via carros.

Depois que saíram de lá, Túlio observou atentamente pelo retrovisor e comentou:

— Aquele carro atrás da gente... Parece que está seguindo a gente.