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Arrependimento após a Rejeição romance Capítulo 1

Ponto de vista da Selene

Está escuro, e não consigo ver a mão do meu pai, Garrick, mas ouço o tilintar da fivela de seu cinto.

Ele arranca o acessório de couro das calças e o joga fora, batendo a ponta contra a minha barriga nua no processo.

Um grito rouco escapa dos meus lábios. "Não…! O que você está fazendo? Você está bêbado! Saia!"

Ele crava as garras na carne fina do meu pescoço, e o ruído de um zíper estridente enche o ar enquanto ele desabotoa a calça.

Um surto de pânico me invade quando ele começa a tentar separar as minhas pernas. A tempestade ruge simultaneamente à respiração pesada dele, é a trilha sonora perfeita para a minha agonia.

Lágrimas escorrem dos meus olhos enquanto o chuto e me debato, mas nada é suficiente para me libertar do seu domínio.

Desde a morte da minha mãe, oito anos antes, meu pai insano me mantém prisioneira, envenenando-me com acônito todos os dias.

Continuo esperando a morte, indo para a cama todas as noites com a certeza de que não sobreviverei para ver o sol nascer pela manhã. Minha loba Luna morreu primeiro, ela se foi. E eu perdi a minha única amiga e esperança.

Não como nem bebo desde ontem, mas também não sei por que ainda anseio por isso. Afinal, que sentido tem sobreviver se é para viver sozinha numa cela imunda?

Ao ver o membro duro entre as pernas do meu pai, o terror me domina. Não tem como essa coisa caber dentro de mim, seria pura agonia.

Ele continua abrindo as minhas pernas, não se importando com os meus gritos e chutes, mas então minha raiva supera o medo.

Não me importo com o motivo pelo o qual ele está fazendo isso comigo, simplesmente não vou deixá-lo me possuir. Não vou ficar aqui deitada esperando.

Desesperada, alcanço seu rosto e tento arranhar seus olhos brilhantes, quando, com um empurrão cruel, ele bate a minha cabeça no chão, deixando-me atordoada o suficiente para me soltar temporariamente e apalpar meus seios subdesenvolvidos com as duas mãos.

Suas garras rasgam minha pele, e ele as arrasta do meu peito até o estômago. Tento gritar, mas nenhum som sai. Garrick solta uma gargalhada enlouquecida e enfia os dedos entre as minhas pernas, forçando-os dentro de mim.

“Não!” Minha voz falha, meu grito mais parece um sussurro. “Você não pode fazer isso comigo, eu sou sua filha! Você não se importa com o que a minha mãe pensaria de você?"

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Saio noite adentro, enquanto minha mente procura por algum lugar seguro. Mas não paro para refletir ou me orientar, meu único objetivo é colocar o máximo de distância possível entre mim e Garrick. Corro o mais rápido que posso, cambaleando para a estrada e forçando os carros a frearem para me deixarem passar.

Não passo despercebida, olhares assustados e expressões preocupadas me encaram por todos os lados. Então, como um sonho, vejo um rosto conhecido se aproximando sob a luz da lâmpada.

Sonhei com Bastien Durand muitas vezes nos últimos oito anos, mas agora ele parece muito mais velho do que eu me lembrava. De qualquer forma, suas feições robustas são inconfundíveis, e suas características, alto, largo, com cabelo loiro-escuro e mandíbula esculpida, justificam facilmente por que eu eu sonhava estar apaixonada por ele quando criança. O filho e herdeiro do Alfa caminha em minha direção com uma expressão preocupada no rosto.

Seus olhos prateados brilham na escuridão, e suas palmas estão estendidas em posição de apaziguamento enquanto ele vem em minha direção. De repente, um raio cai com um estalo alto, e a estranha iluminação transforma seu belo rosto em algo verdadeiramente sinistro. Seus homens se espalham ao meu redor e todas as minhas fantasias de menina desaparecem.

Um enorme lobo Alfa se aproxima de mim com o único intuito de me machucar. Sua voz profunda causa arrepios na minha espinha e suas palavras tranquilizadoras caem nos meus ouvidos surdos. "Calma, lobinha."

Pouco antes de seus dedos fazerem contato com a minha pele, eu ataco na defensiva. Ele bloqueia o meu primeiro golpe, segurando meus braços com as mãos, parecendo relutante em usar força de verdade. E é justamente essa hesitação que me salva, pois me livro dele aos chutes e socos e saio correndo.

Por um momento abençoado, acho que posso ter uma chance, então ouço sua voz, tão estrondosa quanto qualquer tempestade. "Peguem-na. Agora!" 

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