Arrependimento do ex-marido (Victoria e Alexander) romance Capítulo 419

Emma.

“Você tem certeza disso?” Molly perguntou, seus olhos preocupados vasculhando meu rosto. “Tem certeza de que quer fazer isso?”

Eu tinha certeza? Claro que não. Eu não sei o que vai acontecer. Não sei como ele vai reagir, mas eu preciso fazer algo, certo?

“Sim,” eu aceno, endireitando as costas com determinação.

Eu sei que cometi um grande erro. Sei que o que está acontecendo comigo é minha culpa. É o karma me alcançando, mas não posso deixar que isso me impeça. Não posso ficar sentada lamentando e desejando que as coisas fossem diferentes.

Coloquei o vestido de verão que escolhi. Era branco e tinha algumas flores azuis. Eu queria parecer apresentável, acessível e calorosa. Queria parecer convidativa. Alguém que você se sente à vontade só de olhar. Vestidos de verão sempre dão essa ilusão.

“Você sabe que ele pode fechar a porta na sua cara na primeira vista?” Molly acrescenta, pulando na minha cama como uma criança pequena.

Eu não pensei em mais nada desde que decidi assumir o controle da situação. Não pensei em nada além de como mudar as coisas entre Gunner e eu. Sei que vai ser difícil. Eu o negligenciei tantas vezes ao longo dos anos que o amor dele por mim provavelmente morreu.

Isso me dói profundamente saber que ele vê Ava mais como uma mãe do que eu. Mamãe me contou inúmeras vezes quanto tempo ele passa na casa de Rowan e Ava. Isso me machuca muito, mas não tenho ninguém para culpar.

A cada dia eu acordo com uma culpa que consome tanto meu coração quanto minha alma. Cada dia traz uma nova enxurrada de dor da qual não posso escapar. Me destrói cada vez que abro os olhos e percebo a merda e a dor que causei.

Meu coração se contrai e sinto que estou afundando na escuridão que tem me consumido. Mais do que tudo, eu quero conhecer meu bebê, mas também quero um alívio da dor constante.

“Emma? Você está me ouvindo?” A voz de Molly me puxa do beiral do abismo.

“Sim,” eu minto, e me encaminho para minha penteadeira para fazer a maquiagem.

Eu me tornei como uma sombra de mim mesma. Tudo na minha vida perdeu o significado. Estou tão perdida que alguns dias acho que seria mais fácil se eu simplesmente acabasse com tudo.

Trabalhar costumava ser minha vida. Eu gostava. Amava. Eu também adorava eventos sociais. Seja galas, jantares de caridade ou apenas um evento simples e descontraído. Eu os amava. Agora, no entanto, eu nem sequer quero acordar na maioria das vezes.

Pego meu pincel e apenas me encaro no espelho. Agonia, culpa e arrependimento me encaram de volta. Esse sentimento de estar fora de controle, perdido, era como um câncer que estava lentamente me destruindo de dentro para fora.

Tentando enterrar esses pensamentos, passo o pincel pelos meus cabelos antes de pegar meu corretivo. Sempre tive a pele clara, então não precisava de muita maquiagem. Apenas um corretivo para esconder minhas olheiras.

Suspirando, Molly se levanta e caminha até mim antes de colocar uma mão em meu ombro. “Você pensou sobre o que conversamos? Você deveria começar a ver um terapeuta.”

“E que bem isso vai fazer?” eu pergunto, aplicando o corretivo e depois esfumando-o.

“Eu vejo isso nos seus olhos. A cada dia, sua luz diminui um pouco mais. Você tem muito para processar. Muita culpa, autodesprezo e amargura em relação a si mesma. Você precisa falar com alguém que possa te ajudar profissionalmente antes que seja tarde demais.”

Eu não queria ouvir nada sobre um terapeuta. Não consigo imaginar contar à minha melhor amiga tudo o que estou sentindo, quanto mais a um estranho. Por onde eu começaria? Que estou tendo dificuldade, afundando e a solução mais atraente agora é o suicídio?

“Eu simplesmente não vejo a necessidade,” murmuro e coloco meu corretivo de volta depois de terminá-lo.

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