Arrependimento do ex-marido (Victoria e Alexander) romance Capítulo 490

As palavras de Mia ainda continuavam a ecoar na minha cabeça enquanto eu me dirigia para o meu carro. A verdade tinha sido brutal. Não era fácil engolir a pílula amarga, mas devo engoli-la.

Em vez de sair do estacionamento como costumo fazer, apenas sento no meu carro e deixo as lágrimas caírem. Eu não conseguiria pará-las, mesmo se quisesse. O espaço se enche com os sons dos meus gritos. Meus soluços são arrancados de dentro enquanto o peso de todas as minhas ações me derruba.

Minha cabeça cai contra o volante porque não consigo mais segurá-la. Eu usava minha vergonha como uma segunda pele. Estava incrustada profundamente dentro de mim como uma porra de uma tatuagem.

Por que deixei chegar tão longe? Por que o machuquei daquele jeito? Por que permiti que meu egoísmo manchasse o vínculo que eu poderia ter com Gunner?

Por quê. Por quê. Por quê?

Se eu soubesse que um dia desejaria segurar Gunner em meus braços. Estar em sua vida. Que ele me chamasse de mãe. Eu teria me agarrado a ele como se fosse uma tábua de salvação... Mas essa é a questão da retrospectiva. É uma merda.

Meus lábios tremem enquanto soluço. A culpa atormenta meu corpo, me sacudindo como se eu tivesse sido eletrocutada. Quero gritar. Quero bater em alguma coisa. Quero me enrolar e simplesmente morrer. Dói. Dói pra caramba e não sei como parar a dor.

Permito-me chorar até não haver mais lágrimas. Até que minha represa de lágrimas esteja vazia. Não sei quanto tempo fico lá chorando, mas quando estou mais calma, ligo a ignição e vou embora.

Estou uma bagunça, não vou negar. Mas não é só porque estou chorando muito nos últimos minutos. Caramba, são horas, já que estou chorando desde que entrei no consultório de Mia.

Como você conserta as coisas quando você estragou tudo? Por onde eu começo? Seria mais fácil se tivesse sido um dano de alguns meses para consertar, mas são anos. Anos de dano.

Perdi muitas coisas. Sua primeira palavra. Sua primeira caminhada. Seu primeiro dia de escola. Sua primeira vez dizendo mamãe. Perdi seu primeiro aniversário e todos os outros desde então. Como compensar isso? Como?

A viagem inteira para casa é gasta pensando. Pensando em todas as coisas que eu poderia ter feito. Pensando em como eu poderia ter lidado com as coisas de forma diferente. Eu me arrependo de muitas coisas, mas meu maior arrependimento é o quão cruel fui com Gunner. Ele não merecia ser desprezado por sua própria mãe.

A viagem inteira é um borrão, mas felizmente não me meto em problemas. Eu estava tão perdida em minha cabeça que foi uma maravilha não ter sofrido um acidente.

Dirijo para nossa propriedade, os portões de ferro se fechando atrás de mim com um tipo de finalidade que sinto que se reflete em minha vida agora. Parte de mim sente que não há esperança. Que eu deveria desistir do meu relacionamento com Gunner. Que é tarde demais para consertar o que quebrei. A parte mais forte de mim, no entanto, não quer desistir. Não quer desistir ainda.