Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 404

Otilia arqueou ligeiramente as sobrancelhas, um sorriso malicioso aparecendo em seus lábios, “Senhora Barreto, realmente, faz muito tempo que não nos vemos.”

Rosalina, ao ouvir a voz de Otilia, sentiu-a um tanto distante, “Otilia, tem passado bem?”

“Senhora Barreto, diga diretamente o que você quer,” disse Otilia com uma voz fria.

Rosalina respondeu com um sorriso, “Sobre aquilo que você mencionou da última vez, eu pensei melhor. Posso te contar, mas você terá que me pagar. Em troca, eu te direi tudo o que sei.”

Se antes dessa ligação, ela tinha de seis a sete por cento de dúvidas sobre Rosalina, agora estava cem por cento certa de que aquilo tinha a ver com ela.

“Pode ser.”

A concordância dela estava dentro das expectativas de Rosalina.

“Depois de amanhã, às três da tarde, no Poesia à Mesa. Que tal nos encontrarmos pessoalmente para conversar?”

“Pode ser.”

Ambas com seus próprios pensamentos.

Após desligar o telefone, Otilia sorriu silenciosamente.

Ela pegou o celular e discou um número que não via há tempos, sendo rapidamente atendida do outro lado.

Lorena Barreto falou com um tom grave, “Otilia!”

“Srta. Barreto, quanto tempo, não?” Otilia disse, sorrindo.

“Se você está esperando me ver fazer papel de ridícula, vai ficar desapontada. Eu estou melhor do que nunca,” Lorena respondeu com um riso frio.

Diante da hostilidade da outra, Otilia manteve seu sorriso, “Eu já vi você em situações embaraçosas antes.”

“Você…”

Vendo que a outra estava prestes a desligar, furiosa, ela ouviu Otilia dizer calmamente, “Quer continuar sendo a noiva de Dorival Cerqueira?”

“O que você quer dizer?” A mão de Lorena, que estava prestes a desligar, hesitou.

“Eu tenho um jeito de eliminar as toxinas no corpo do Dorival. Se eu te der isso, e você passar para a Família Cerqueira, o que você acha?”

“Você acha que eu vou acreditar em você? Eu não vou cair nessa.”

“Se meu irmão não conseguir, provavelmente ninguém mais conseguirá.”

“Eu vou confiar em você desta vez.”

Após desligar o telefone, Otilia ligou para Cleiton.

Essa ligação durou mais de uma hora.

Na tarde do dia seguinte, um caloroso brilho dourado invadiu o quarto, iluminando a silhueta esbelta diante da janela.

Otilia abriu a gaveta e pegou o frasco que estava prestes a ser enchido de caudas de rato, seus dedos deslizando suavemente pelo vidro, um sorriso maléfico aparecendo em seus lábios.

“É hora de terminar isso!”

Otilia levantou-se e saiu.

Desta vez, a garrafa de vidro não foi mais trancada na gaveta, mas sim deixada calmamente sobre a penteadeira.

A brisa vinda de fora da janela entrou, fazendo as cortinas brancas de voile balançarem levemente. A brisa passou pela mesa, levando consigo um pedaço de papel branco que flutuou até cair suavemente no chão. Bem no centro da folha, estavam claramente escritos dois nomes - “Rosalina” e “Lorena”!