Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 597

Para sobreviver, realmente é necessário comer.

Morrer de fome ou agarrar-se a um fio de esperança.

Otilia escolheu a segunda opção.

Otilia pegou a marmita do chão e começou a comer em silêncio.

Ao verem Otilia comendo, Helena e os outros arregalaram os olhos.

"Otilia, tem remédio aí dentro, ninguém sabe o que é, como você tem coragem de comer?" Helena perguntou, confusa.

"Catarina está certa. Enquanto estivermos presas aqui, sempre haverá um momento em que não conseguiremos resistir. Comam, o que precisamos fazer agora é sobreviver."

"Sobreviver?" Catarina soltou uma risada de escárnio ao ouvir isso.

Otilia percebeu o tom de zombaria, mas não se importou e continuou encorajando os outros, "Não se preocupem, com tantas de nós desaparecidas, certamente alguém virá nos resgatar."

Catarina ouviu suas palavras inocentes e depois olhou para as outras pessoas na sala, que pareciam convencidas. Ela apenas sentiu que era um pouco chato e queria destruir suas ilusões inocentes.

Mas ela se conteve.

Otilia continuava observando a expressão de Catarina pelo canto do olho, percebendo que ela estava prestes a desistir, mas no último momento mudou de ideia.

Isso deixou Otilia frustrada, percebendo que precisava aumentar a dose.

"Minha família tem negócios, conexões com pessoas influentes, eles saberão que eu desapareci e certamente virão me procurar. Quando me encontrarem, vocês também serão resgatadas."

Otilia continuou incentivando e motivando os outros. Ela se tornou uma espécie de líder e pilar para eles.

Catarina que estava concentrada com os olhos fechados, finalmente não conseguiu evitar quando ouviu as risadas deles e o que ela pensou serem palavras secretamente sarcásticas sobre si mesma.

"Que ingenuidade! Uma vez que entraram aqui, esqueçam a ideia de sair. Este não é um lugar de onde se pode simplesmente entrar e sair quando quiser."

Vivian cobriu o rosto, "Você deve estar nos enganando. Catarina, você está mentindo, certo?"

"Mentindo? Não, tudo o que eu disse é verdade."

"Como você sabe disso tão claramente?" Helena perguntou.

Helena fez a pergunta, e as palavras de Otilia pareceram leves para ela.

Catarina riu com desdém, "Porque quase levaram meus órgãos. Não sei se foi sorte ou azar. O comprador que precisava do órgão não pôde esperar e morreu antes de mim. Isso me permitiu sobreviver."

"Eles pensaram que eu estava condenada, falavam o que queriam na minha frente, sem reservas."

Lembrar-se daquele dia ainda trazia a Catarina uma memória fresca e aterrorizante.

O quarto mergulhou em um silêncio mortal.