Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 109

Eduardo e os outros permaneceram na casa antiga até a tarde antes de partirem.

Ao retornar da Casa Antiga Araújo para a Casa Araújo, Afonso mal saiu do carro e já estava ansioso para encontrar Zélia.

Ele queria confrontá-la, perguntar por que ela fez aquilo, por que ela o enganou!

Zélia passava os fins de semana trancada em seu quarto estudando, sem sair para lugar algum.

Para conseguir uma boa vaga na universidade no próximo vestibular, ela tinha que se esforçar ainda mais.

Enquanto revisava suas notas, ela recebeu uma ligação de Afonso.

Ao ouvir Afonso pedindo para encontrá-la, pois tinha algo importante para perguntar, Zélia sentiu um mau pressentimento.

As mãos que seguravam o celular de Zélia apertaram-se, e as pontas dos dedos embranqueceram.

Internamente, ela se advertiu: se o assunto sobre o presente de aniversário do Gabriel fosse descoberto, ela seguiria com a resposta que já tinha preparado. Não poderia vacilar, pois isso afetaria o emprego de sua mãe, e ela faria qualquer coisa para não destruir o único sustento e esperança de sua mãe!

Decidida, Zélia saiu de casa.

Ela encontrou um Afonso impaciente, cujos olhos escuros brilhavam com evidente irritação.

Zélia percebeu que Afonso estava a par de algo, e começou a sentir-se nervosa, com as mãos suadas.

"O presente para o meu irmão, foi você enviou?" Afonso foi direto ao ponto, confrontando Zélia.

"O que houve?" A voz de Zélia era suave, com um toque de surpresa.

"Estou perguntando agora, o presente para o meu irmão foi você enviou? Quero que você me responda sinceramente!"

"Fui eu quem enviou... Eu o deixei na porta naquele dia..."

De fato, a mentira era muito frágil.

Zélia acrescentou: "Dar um presente é um gesto de carinho, não era algo tão valioso assim. Realmente não tinha motivo para fazer isso."

"Então por que o presente que meu irmão recebeu veio de outra pessoa, e não o seu?"

"Isso... isso também não sei. Coloquei o presente numa sacola de papel, e deixei na porta. Quando vi Paula trazendo para dentro durante o jantar, realmente pensei que era o meu..." Zélia explicou novamente.

Falando, o coração de Zélia estava apertado, as mãos suavam muito.

Ela não era boa em mentir, mas desta vez, pelo bem de sua mãe, ela tinha que se manter firme e contornar toda a situação.

Afonso franziu a testa, sentindo que o que Zélia dizia fazia sentido, mas também sabia que seus pais e seu irmão não o teriam enganado.