Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 161

As mãos dela estavam um pouco frias, geladas, repousando no centro da palma da mão, aquecidas pelo calor da própria mão.

Débora, entre sonhos e delírios, começou a ter outro pesadelo.

No sonho, ela estava em uma sala de necrotério, e à sua frente, dentro de um caixão, jazia um corpo frio.

O rosto do corpo era o de Samuel.

Ela ficou parada, a alguns metros de distância do corpo, incapaz de dar mais um passo.

A cena era tão real e clara, quase como se ela tivesse vivenciado aquilo em primeira mão.

###

Após ligar para o mordomo da família, Willian recebeu uma ligação de Samuel.

"Willian, você está livre agora? Débora desapareceu, e eu não consigo falar com ela pelo celular."

Samuel estava fora, procurando por Débora.

O celular de Débora estava desligado.

Ele pegou um táxi e começou a circular pela cidade sem rumo, como uma mosca sem cabeça.

Quando se sentiu completamente perdido e desamparado, ele pensou em duas pessoas que poderiam ajudá-lo: seu irmão mais velho Vicente Araújo e Willian.

Ele ligou para Vicente, mas quem atendeu foi o assistente de Vicente, dizendo que ele estava gravando um programa naquele momento.

Então, Samuel decidiu ligar para Willian primeiro.

"Ela está bem, eu estou com ela agora," respondeu Willian.

Ao ouvir a resposta de Willian, o mundo de Samuel se iluminou:

"Sério? Débora está realmente com você? Ela está bem?"

Samuel fez uma série de perguntas em rápida sucessão.

"Ela está bem, pode ficar tranquilo," Willian respondeu prontamente, temendo que qualquer demora pudesse fazer com que Samuel ficasse ainda mais preocupado.

"Onde vocês estão? Estou indo pra aí!"

"No Hospital Privado Moral."

"Hospital? O que aconteceu com Débora? Ela está bem?"

Samuel não queria chorar, seria vergonhoso, mas as lágrimas vieram sem que ele pudesse controlar.

Willian, excepcionalmente, não zombou de Samuel, em vez disso, passou-lhe um pacote de lenços.

"Está tudo bem, irmã Débora está bem, não precisa ficar triste," Willian disse, dando tapinhas no ombro de Samuel em sinal de conforto.

Willian não estava totalmente a par do que havia acontecido entre os irmãos.

Mas ao ver um deitado e o outro chorando, ele sabia que não era uma situação simples.

Depois de se recompor, Samuel entrou no quarto do hospital.

Lá dentro, Sérgio já havia colocado a mão de Débora de volta sob os cobertores.

O punho que ela segurava não se sabia quando havia relaxado.

Depois de esperar por cerca de dez minutos, Débora acordou.

Assim que abriu os olhos, viu as três pessoas sentadas ao lado de sua cama: Sérgio, Samuel e Willian.

Débora sabia que tinha dado trabalho para eles novamente.