Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 261

A reação de Afonso foi como uma agulha perfurando o coração de Zélia.

Se antes ela apenas suspeitava, agora tinha certeza absoluta de que o relacionamento entre ela e Afonso havia se rompido.

E a razão para tal rompimento, Afonso nunca a mencionou, nem mesmo uma discussão ou questionamento aconteceu.

Foi assim, de forma silenciosa e unilateral, que ele declarou o seu fim.

No fundo, Zélia ainda possuía seu orgulho. Se fosse apenas uma mudança na atitude de Afonso, ela não se permitiria humilhar-se perguntando o motivo.

Mas hoje não era apenas sobre ela, envolvia também sua mãe.

Assim, Zélia mudou sua postura anterior e, de repente, aproximou-se da janela do carro:

“Afonso, o que aconteceu? Ao menos me diga por que.”

“Eu também não sei o porquê.” Afonso só percebeu que elas estavam sendo expulsas da família Araújo quando as viu com malas na porta de casa.

“Afonso, nos conhecemos há mais de dois anos, você realmente vai terminar nosso contato assim, sem nem me dar um motivo?”

“Mais de dois anos...” Afonso repetiu, “Zélia, eu já disse que não sei nada sobre você e sua mãe, não me envolvo nos assuntos de contratação de empregados da minha família.”

Assuntos de contratação de empregados.

Aquela frase jogou Zélia de volta à dura realidade.

Empregada, era assim que ela ainda era vista no coração de Afonso, apenas a filha da empregada de sua casa.

Ela pensou que, na família Araújo, pelo menos ele era diferente.

“Está bem, agora eu sei.” Zélia disse, esforçando-se para não mostrar qualquer sinal de tristeza.

A filha de uma empregada também tem sua dignidade.

A princípio, mãe e filha não deram atenção ao carro, pensando que era alguém indo encontrar os Araújos.

Até que o passageiro desceu, um homem de meia-idade bem-vestido, que se aproximou delas:

“Com licença, você seria a Srta. Zélia?”

Zélia olhou surpresa para o homem educado à sua frente.

“Sou eu, quem é o senhor?”

“A Srta. Zélia, há dois anos, encontrou uma gestante acidentada na rua?”

Zélia assentiu: “Sim, aconteceu. Eu a levei para o hospital. Depois que os médicos disseram que ela estava bem, eu saí.”

“A gestante que a Srta. Zélia salvou era a Senhora da minha casa. Graças à sua ajuda, não só a Senhora ficou bem, como o bebê também foi salvo. O Senhor e a Senhora da minha casa estão muito agradecidos pela sua ajuda naquele dia e me enviaram especialmente para encontrá-la. Mas, como a Srta. deixou poucas informações naquele tempo, levamos um bom tempo para localizá-la.”