Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 36

Eduardo e Patrícia estavam relutantes, e isso Débora sabia.

Pois, nas páginas originais que ela lera, essa cena também havia se desenrolado.

É claro que a reação da Débora original foi violenta e ela chorou muito.

O resultado final foi que Eduardo e Patrícia amoleceram e não mandaram Débora para a velha mansão.

Mas o resultado também foi cruel, pois ao retornar para a família Araújo, Afonso Araújo e Débora se tornaram como duas espadas penduradas sobre as cabeças da família Araújo.

O conflito entre os dois se intensificou ainda mais, mergulhando toda a família Araújo em profunda dor.

Assim, em comparação com tal resultado, Débora optou por obedecer ao arranjo e retornar temporariamente à Casa Antiga Araújo.

Na manhã seguinte, bem cedo, antes mesmo de Gabriel poder enviar as bagagens de Débora para a Casa Antiga, a Velha Senhora já havia chegado.

Era pouco mais de oito da manhã, e Eduardo ainda não havia saído.

"Mãe, como você veio? Poderia ter mandado o motorista, ou então Gabriel logo mais teria entregado."

A Velha Senhora propositalmente ignorou Eduardo, entrando direto e encontrando as bagagens de Débora acumuladas na entrada. Ela ordenou que o motorista as carregasse para o carro.

"Mãe, por favor, não fique zangada. Você sabe que eu e Patrícia também estamos sem saída..."

Eduardo parecia desamparado e amargurado por saber que sua mãe estava com raiva.

"Eu não disse que vocês estavam errados." A Velha Senhora manteve uma expressão séria, sem dar a menor chance de sorriso ao filho, "Vocês têm suas dificuldades e seus motivos, eu entendo isso. Mas eu, uma velha senhora, também não estou errada em querer cuidar da minha querida neta que criei desde pequena, não é? Se vocês não podem ter esse cuidado, não posso eu, uma velha senhora, ter um pouco desse carinho por ela?"

"Sim, sim, mãe, eu entendo, por favor, cuide de Débora por um tempo." Eduardo se lembrou do comportamento obediente de Débora na noite passada, mas seu coração ainda não conseguia deixar de se sentir amargurado.

Ainda não era hora da saída, e a Velha Sra. Araújo já estava impaciente, olhando ao redor.

"Velha Senhora, por favor, não se preocupe, quando for a hora, a senhorita vai aparecer." O motorista tentou acalmá-la em voz baixa.

"Você não entende, minha querida parece severa por fora, mas é especialmente sensível por dentro." A Velha Sra. Araújo, que criou três filhos e tem muitos netos, ainda entendia muito de crianças.

Acompanhando seu pensamento, a Velha Senhora suspirou: "Não me importo que a menina seja um pouco mimada, as meninas da família Araújo podem se dar ao luxo. Só tenho medo de que essas crianças criem ressentimentos em seus corações que não consigam desatar depois."

Após esperar um pouco, Débora chegou. A Velha Sra. Araújo, com grande alegria, pegou a mochila de Débora e a puxou para sentar-se ao seu lado.

"Querida, a vovó sentiu muito a sua falta, na verdade, foi a vovó que disse ao seu pai que você tinha que vir e ficar comigo na velha mansão desta vez, e seu pai não conseguiu me contrariar."

"Sim," Débora acenou com a cabeça, sem revelar nada.