Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 401

Ao terminar, a mulher diante dos olhos do jovem, rasgou impiedosamente aquele manual de xadrez que era tão importante e precioso para ele.

As folhas amareladas do velho livro se despedaçaram, caindo aos pés do jovem.

O jovem olhava, estupefato, para os fragmentos de papel, para sua mãe com uma expressão feroz.

Até que o último pedaço de papel tocou o chão, e o jovem, não se sabe de onde tirou forças, empurrou com força a mulher à sua frente.

Era como se, com esse gesto, estivesse resistindo à ação de sua mãe.

No entanto, isso só fez com que a mulher ficasse ainda mais irritada. Como seu filho poderia agredi-la assim?

A mulher estendeu a mão para bater no jovem.

Golpe após golpe atingiu o corpo do jovem.

Ela continuava a questioná-lo, se ele reconhecia seu erro.

O jovem permanecia em silêncio.

Quando a mulher levantou a mão novamente, a chaleira cheia de água fervendo que estava sobre a mesa foi acidentalmente derrubada por sua mão.

A água escaldante caiu pela borda da mesa, derramando-se nas costas do jovem no chão.

O corpo jovem suportou a queimadura da água fervendo, a dor viajou dos nervos até o cérebro, tornando-se uma cicatriz inesquecível na memória do jovem.

Os pedaços de papel flutuantes e a dor da queimadura nas costas tornaram-se uma memória gravada no coração do jovem.

Vendo o que havia acontecido, a mulher soube que tinha causado um problema.

Ela entrou em pânico, não podia deixar que seus sogros ou seu marido soubessem do ocorrido.

Se os sogros soubessem, ficariam ainda mais insatisfeitos com ela.

Ela já não era bem-vinda aos olhos de sua sogra, e se ela descobrisse que a mulher havia batido no filho e ainda o queimado, sua situação ficaria ainda pior.

Seu marido certamente ficaria irritado, ele não concordava com métodos de disciplina que envolvessem violência.

Depois de hesitar por um bom tempo, a mulher finalmente ligou para a ambulância, enviando o jovem ao hospital.

Durante sua hesitação, ela não viu que o jovem caído no chão não chorou, não gritou, não emitiu som algum.

Depois a ambulância chegou e levou o jovem.

A mulher mentiu para a família dizendo que o filho havia ido para um acampamento de verão.

Ele respondeu casualmente, dinheiro.

Então, no dia anterior à sua partida para a universidade, ele recebeu dela um presente de despedida — uma caixa.

Dentro da caixa havia uma quantia significativa de dinheiro.

Certamente, uma quantia significativa.

Sendo filha da abastada família Araújo, mesmo com apenas nove anos, ela tinha bastante dinheiro.

Os acessórios que sua mãe comprava para ela eram de verdadeiras joias.

E ainda tinha o dinheiro que recebia todos os anos como presente de Ano Novo.

Ela revirou tudo, dando-lhe tudo o que conseguiu encontrar.

Mais tarde, ele mandou uma mensagem perguntando por que ela havia dado tudo aquilo a ele.

Ela disse que não precisava, mas ele precisava.

Naquele dia, o jovem soube que, naquela casa, a única parente que realmente tinha era essa irmãzinha.