Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 5

Naquele momento, Gabriel, que estava no quarto, notou Débora na porta da enfermaria, levantou-se e caminhou rapidamente até a porta.

Gabriel, com seus mais de um metro e oitenta de altura, fazia com que Débora, de apenas quinze anos, parecesse especialmente magra e pequena diante dele, com a cabeça dela mal alcançando o peito dele.

Débora vestia um suéter branco simples, seu rosto pálido como o de um coelhinho felpudo branco, uma pena que fosse apenas na aparência, pois por dentro, seu coração provavelmente estava escurecido pela metade.

"Entre e peça desculpas."

O tom simples de comando não permitia que as pessoas resistissem à decisão.

"Ele vai ficar zangado e agitado."

A voz de Débora soava um tanto infantil, ela não queria que sua voz soasse tão suave, mas era o que acontecia com um corpo de apenas quinze anos, e essa era a voz que ela tinha.

Além disso, Débora falava muito devagar, quase soletrando cada palavra, pois a comunicação com familiares era algo muito estranho para ela.

"Agora você percebe que ele vai ficar zangado e agitado? Você pensou nisso antes de agir? Zangado e agitado é o de menos!" Os olhos de Gabriel estavam vermelhos, e ele emanava uma aura intimidadora.

"Não é que, eu tenha medo de ele ficar zangado e me repreender," explicou Débora, "Eu estou preocupada que a agitação seja ruim para a mão dele."

Era uma mão que ela pretendia curar; não podia estragá-la mais antes disso e, se o fizesse, talvez não conseguisse salvá-la de fato.

"Desde quando você começou a gaguejar assim? Está com medo?" Gabriel perguntou.

A voz natural de Débora, junto com sua maneira hesitante de falar, fez com que Gabriel pensasse que ela estava com medo.

Débora não se explicou, não era medo, ela simplesmente não era boa em se comunicar com "familiares". Em sua vida passada, ela via seus pais apenas uma vez por ano, e mesmo nessas ocasiões, mal trocavam dez palavras.