Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 536

Embora não soubesse o que havia acontecido com Débora, ele estaria ao seu lado, não importa o que fosse, para enfrentar junto com ela.

Débora tinha planos de deixar a família Araújo assim que completasse dezoito anos.

Mas os planos nem sempre seguem como esperado, e nestes três anos, ela sonhou demais, inclusive com ela mesma e a Débora de antes...

Porém, mesmo recordando, Débora se sentia como uma estranha, incapaz de acessar seus sentimentos de outrora.

Ela só podia julgar com base no certo e no errado, não pelos sentimentos que tinha antes.

Mas em relação à Velha Sra. Araújo... ela já não era mais uma estranha.

E com muitas pessoas da família Araújo, ela não conseguia mais manter a perspectiva fria de uma observadora distante.

Débora afundou o rosto no peito de Sérgio.

Ela tentou isso duas vezes, e parecia realmente funcionar.

Quando estava perto dele, aquela sensação desconfortável dentro dela parecia diminuir.

Por isso, ela queria ficar assim por mais um tempo.

Sérgio a abraçou levemente com seus braços.

Sem dizer nada, sem perguntar nada.

Apenas ficou lá, quieto, ao seu lado.

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A doença da Velha Senhora alarmou até mesmo as pessoas da terceira filial.

Jorge Araújo e sua esposa Valéria vieram às pressas para a Capital para visitá-la.

Foi a primeira vez que Débora viu seu tio Jorge e sua tia Valéria no hospital da Velha Senhora.

Nas visitas de fim de ano anteriores, as famílias nunca se encontravam.

Ou o tio Jorge e a tia Valéria estavam ocupados, ou ela estava no exterior.

Valéria era pequena e ágil, mas agia com uma rapidez e eficiência notáveis.

Seu temperamento era famosamente explosivo.

Direta ao ponto, dizia o que pensava.

"Minha querida Débora, como tia Valéria sentiu sua falta! Deixe-me dar-lhe um beijo!"

Disse Valéria e logo beijou as bochechas macias e pálidas de Débora.

Débora ficou paralisada e, em seguida, suas bochechas se tingiram de vermelho.

Foi beijada...

"Hahaha, olhem só, as bochechas de Débora ficaram vermelhas!" Valéria riu alto, em boa disposição.

"Mãe, tenha um pouco de moderação," disse Jacinto, ao lado, com um tom de reprovação.

Sua mãe ainda era a mesma de sempre, não conseguia se conter ao ver Débora, agindo com excitação, beijando e abraçando.

Valéria só teve dois filhos, sem filhas, então sempre cobiçou as filhas alheias, especialmente a neta de sua cunhada.

Não só porque ela a chamava de tia, mas também porque ela parecia mais delicada e adorável do que as outras meninas, além de ser boa de abraçar.

"Você ainda tem coragem de falar!"

Jacinto ainda estava calado, estava tudo bem, mas assim que ele falou, Valéria ficou irritada.