Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1985

Tália concordou com a cabeça, "Então, eu te empurro para pegarmos o elevador."

Quando chegaram ao hall do elevador para esperá-lo, por coincidência, uma dama elegante saiu de uma loja de perfumes ao lado, também à espera do elevador.

Ela viu Mariana Zamith na cadeira de rodas, a examinou por um momento e, com alguma incerteza, chamou, "Mariana?"

"Tia Adorinda." Mariana Zamith não esperava que uma pessoa com boas relações com a família Neves fosse tomar a iniciativa de cumprimentá-la...

Essa foi a única pessoa que a abordou hoje!

Desde que a empresa da família de tia Adorinda começou a colaborar com a família Neves, eles subiram de classe social, então ela era muito grata à família Neves, visitava-os em festas como o Carnaval e até comprava presentes para ela, uma "filha dos Neves".

Antes, ela gostava muito da tia Adorinda, porque sempre a elogiava, fazendo-a se sentir extremamente feliz...

"É você mesmo?"

Tia Adorinda observou sua aparência atual e lembrou-se do banquete de retorno de ontem, quando Nair a chamou de ingrata, e sua expressão esfriou instantaneamente.

"Já que você não é um membro de sangue da família Neves, por favor, devolva os presentes que eu lhe dei ao longo dos anos."

Não só Mariana Zamith, mas até Tália arregalou os olhos, como assim? Os presentes dados agora precisam ser devolvidos?

"Eu pretendia presentear uma filha dos Neves, já que você não é, por favor, devolva-os."

As palavras de Adorinda deixaram Mariana Zamith extremamente envergonhada, não esperava que a tia Adorinda, que a tratava com tanto carinho e elogios, faria tal pedido descarado em público...

Mariana Zamith mal conseguia manter sua expressão, "Eu me lembro que os presentes que a tia Adorinda me deu não eram tão caros."

"Mesmo assim, foram comprados com o meu suor e trabalho - doze frascos de perfume, quarenta e dois batons, quatro pares de sapatos de marca, duas bolsas de marca... tudo somado, chega a quatrocentos ou quinhentos mil."

Mariana Zamith sentou-se na cadeira de rodas, com uma expressão fria, "tia Adorinda, hoje você me mostrou o que é ser verdadeiramente interesseira."

"Isso não é ser interesseira, Mariana Zamith. A família Neves foi boa comigo, e eu estou apenas tentando retribuir... Aliás, eu não perderia esses quinhentos mil, mesmo que doasse, seria melhor do que dar a alguém ingrata como você!"

"Você acha que agindo assim, a família Neves vai te agradecer, dando mais oportunidades para sua família?"

"Você está enganada. Eu não vou usar isso para pedir favores à família Neves. Eles já me ajudaram a subir de classe. O que devo fazer é ser grata. A família Neves gastou tanto contratando professores para você, ensinando-lhe tantas coisas, e ainda assim não conseguiu fazer de você uma boa pessoa. Isso mostra que há pessoas que são ruins por natureza e não sabem ser gratas!"

Mariana Zamith levantou as pálpebras, furiosa, encarando a mulher à sua frente.

Se não estivesse sentada em uma cadeira de rodas, teria realmente vontade de dar um tapa bem dado naquela mulher!

Adorinda, longe de se intimidar com aquele olhar, até sorriu, dizendo de maneira tranquila, "Ficar brava não vai mudar nada, estou apenas falando a verdade."