Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1986

Mariana Zamith estava tão furiosa que parecia que seus olhos saltariam das órbitas.

"Se você não tivesse sido tão tola, agora seria você sentada no sofá da família Neves, desfrutando do carinho deles, vivendo uma vida de luxo... Se fosse eu, teria feito amizade com Isabella assim que ela voltasse para casa, não por outro motivo, mas porque ela é melhor do que eu e merece ser minha referência."

Mariana Zamith deu um sorriso frio, "Ela não faz amizade com ninguém, você não a conhece."

"É mesmo?" Adorinda obviamente não acreditava, e sorriu, "Na live de ontem, os amigos dela encheram várias mesas... Parece que só você não quer admitir que alguém pode ser melhor, não quer ver alguém se sobressair, não quer fazer amizade com quem é forte."

"Você..." Mariana Zamith imediatamente ficou furiosa de vergonha.

Nesse momento, uma voz sarcástica soou.

"Tia Adorinda, por que perder tempo falando com quem não entende?"

Ao ouvir essa voz, Mariana Zamith sentiu um mau pressentimento.

Maísa Neves e um grupo de amigas se aproximaram, carregando sacolas grandes e pequenas, e ao ver Mariana Zamith, todas exibiram um sorriso irônico.

"Maísa, você também veio às compras?" Adorinda se virou e viu, suavizando imediatamente.

"Na época do Carnaval, como não comprar um presente de reencontro para minha Isabella?" Maísa Neves se aproximou de Mariana Zamith, olhando-a de cima, com sarcasmo, "Como alguém que já esteve tão próxima ao esplendor, hoje se reduziu a isso?"

Mariana Zamith virou o rosto, sem querer dar atenção.

"O que houve, quebrou a perna? Virou uma pessoa com deficiência? Não tem nem uma empregada para acompanhar?"

As palavras de Maísa Neves fizeram várias amigas concordarem.

"Ah Maísa, você bem sabe, ela foi expulsa da família Neves, de onde viria uma empregada para atendê-la..."

"Provavelmente, até para comer está difícil... Você não disse? Os pais biológicos dela, uma era governanta e o outro um mordomo..."

"Não bebe um pouco mais de água para se olhar no espelho e ver sua realidade..."

"Assim, considerando que Maísa já te chamou de irmã, vou me dar ao trabalho de te dar um lenço de seda de grife que acabei de comprar, custou alguns milhares... Contanto que você se ajoelhe, dê uma cabeçada no chão em agradecimento a nossa Maísa..."

As amigas riram alto.

Mariana Zamith, incapaz de engolir esse insulto, apertou o botão no apoio do braço da sua cadeira de rodas, preparando-se para ir embora.

De repente, Maísa Neves deu um chute na cadeira de rodas dela, fazendo-a e a cadeira voltarem para o lugar de origem.

"Eu e meu querido amigo tentamos te ajudar com toda a boa vontade, e você nem agradece, só vai embora assim, não acha que isso é meio sem graça?"

Mariana Zamith sabia que, sentada naquela cadeira de rodas, estava vulnerável como um peixe na tábua de cortar, sem opção a não ser responder com os dentes cerrados, "Me deixe passar."

"Ela ainda fica brava, hahaha..." Alguns deles não se mexiam, insistindo em ver sua expressão de irritação e vergonha.