Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 122

"Ismael dizia que, desde o ensino fundamental até o médio, ele nunca tinha passado em uma prova," Dona Juliana falou rindo, lembrando dos tempos antigos, "Ismael e Arnaldo eram amigos de infância, e antes de terminarem o ensino médio, vieram trabalhar na Cidade Solarna. Foi então que encontraram Matheus Mafra."

Ao mencionar Matheus, Dona Juliana suspirou, "Quando eu estava com Ismael, Matheus ainda não tinha tido problemas. Ele era alto, bem-apessoado, parecia durão, mas era muito sorridente e leal. Foi ele quem primeiro encontrou Lúcio quando ele fugiu de casa, mas como estava indo para o turno da noite, pediu para Ismael levá-lo de volta."

Neste ponto, os olhos de Dona Juliana já estavam vermelhos.

"Naquela época, a irmã de Matheus estava doente, vocês não sabiam disso?" Selena perguntou.

"Pois é, e a família de Ismael também estava passando por dificuldades. Eu e Ismael voltamos para a nossa cidade, enquanto Arnaldo estava trabalhando como aprendiz e só ia para casa a cada duas semanas. Lúcio, que tinha apenas quinze anos, ficou sozinho. Matheus provavelmente achou que ele poderia ajudar de alguma forma e por isso não disse nada."

"E quando Matheus teve problemas, Lúcio, embora não dissesse nada, se sentia culpado e responsável. Afinal, se ele tivesse voltado para casa, o dinheiro para a cirurgia de Alina Mafra estaria disponível, e Matheus não precisaria ter recorrido ao roubo."

"Depois que Matheus teve problemas, Lúcio voltou para casa para conseguir a cirurgia para a irmã dele?"

"Sim," suspirou Dona Juliana. "Depois disso, ele amadureceu rapidamente, passou a entender e valorizar o esforço dos pais. Ele assumiu os custos com a educação e manutenção de Alina, e mesmo depois que se mudou para o exterior, ele sempre voltava para vê-la..."

Nesse momento, Dona Juliana parou abruptamente. "Ah, estou aqui falando e você deve estar morrendo de fome. Vou lá ver o que está acontecendo com o jantar."

Dona Juliana levantou-se apressadamente e desceu.

Selena lembrou-se do velho piano em casa. Lúcio disse que eles tinham juntado dinheiro para comprar para a irmã de Matheus, mas quando ela perguntou o nome dela, ele disse que não conhecia bem a garota e nem lembrava o nome dela.

Como isso é possível? Alguém por quem ele voltava ao país para visitar, como poderia não se lembrar do nome dela?

Ele estava mentindo para ela!

Por quê?

Depois de um tempo, Dona Juliana trouxe para ela um prato de pastéis de carne.

Selena perguntou casualmente: "E onde está a irmã de Matheus agora?"

A outra pessoa era uma mulher com um casaco de lã, cabelo longo e cacheado, maquiagem impecável e uma presença marcante.

"Ela é Teresa Medeiros, você pode não ter visto ela antes, mas certamente já ouviu falar dela," Raul disse ao apresentá-la.

Teresa?

Ela, é claro, já tinha ouvido falar dela, a rainha dos romances policiais, a escritora cujos livros estavam sempre no topo das listas de mais vendidos, vencedora de inúmeros prêmios internacionais e nacionais. No entanto, o que imediatamente lhe veio à mente foi uma frase dita por Lara: Lúcio até já tinha recusado Teresa.

Selena deu um leve sorriso e estendeu a mão para Teresa. "Olá, Dona Teresa."

Teresa a olhou profundamente antes de se inclinar e apertar sua mão.

"Olá, Sra. Reis."