Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 750

Eliseu ainda nem tinha aberto a boca, mas Silvia já estava gritando.

“Você ficou maluca? Essa casa de praia, num lugar desses, não vale menos que uns milhões, no mínimo! E você quer simplesmente dar pra ele? Quem ele pensa que é? Mesmo que você esteja nadando em dinheiro, não pode sair esbanjando assim!”

Silvia era mesmo uma piada!

Geovana revirou os olhos, sem paciência, e apontou para o gordinho, mandando que ele tentasse montar de novo o porta-aviões do Eliseu.

“Se você conseguir montar de novo, Eliseu te perdoa e aí pode continuar morando aqui. Se não, arruma suas coisas e cai fora!”

O gordinho ainda sentia dor pelo tanto que Eliseu tinha batido nele. Em casa, ele era o rei, ninguém ousava encostar nele.

“Mãe, não quero mais ficar aqui! Quero ir embora!” O gordinho começou a chorar alto.

Silvia tentava consolar o filho, olhando feio para Geovana: “Você não pode parar de tratar seu irmão assim? Se eu morrer, ele vai ser a pessoa mais próxima de você nesse mundo!”

“Ah, então morre logo.”

“Você!”

Geovana nem perdeu tempo discutindo com Silvia. Depois de pôr mãe e filho para fora do quarto, ela ficou com Eliseu recolhendo as peças do brinquedo.

Para montar tudo de novo, iam precisar de uns dois ou três meses.

“Então... uns dias atrás você falou daquele carrinho de corrida edição limitada, né? Agora a tia compra pra você, que tal?”

Eliseu estava chateado, não quis falar nada, só balançou a cabeça.

“Me diz onde compra, vai?”

“Não precisa, a Sra. Selena já comprou pra mim.”

“Ué, por que deixou a Sra. Selena comprar?”

“Anteontem ela veio aqui em casa com a Luiza, Dona Quésia comentou do carrinho, aí a Sra. Selena comprou.”

Geovana bagunçou o cabelo de Eliseu. Para falar a verdade, quase metade dos brinquedos do quarto dele tinham sido presentes da Selena. Geovana não entendia muito dessas coisas, e, para ser sincera, também não tinha muita paciência nem tempo, já que trabalhava demais. Acabava deixando o Eliseu meio de lado.

“Filho, fica tranquilo, aquela bastardinha não vai escapar de mim.”

“Quero que bata nela até morrer!”

“Isso mesmo, até morrer!”

Geovana se aproximou, cruzou os braços e olhou friamente para Silvia.

Silvia sentiu aquele olhar gelado, virou-se e encarou Geovana. “Tá me olhando por quê?”

“Já te avisei, não chama mais meu sobrinho de bastardinho, nem nada disso. Se eu ouvir de novo, você e seu gordo vão sair daqui na hora!”

“Olha só, tá se achando agora, né? Acha que pode comigo?”

Silvia se levantou, ainda com dor, e pôs as mãos na cintura.

“Se você tiver coragem de nos colocar pra fora, a gente vai direto pra Família Ortega! Tenho certeza que eles, pelo menos, sabem receber uma parente de verdade!”