Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 751

Silvia sabia exatamente que Geovana não queria passar vergonha na frente da família Ortega, então usava isso como chantagem contra ela.

Geovana soltou um longo suspiro. Ela não podia ficar se deixando controlar desse jeito para sempre, não é?

“A família Ortega se importa com reputação, mas eu e você já cortamos laços de mãe e filha. Você não é mais minha mãe. E daí, vai querer ser minha sogra?”, retrucou Geovana, fria.

“Se você diz que não sou, então vou falar com sua sogra, ver se ela aceita ter uma nora que nem reconhece a própria mãe! Quero só ver se ela vai gostar de saber que você é uma ingrata!”, Silvia respondeu com um sorriso convencido, certa de que tinha Geovana em suas mãos.

Geovana soltou uma risada irônica. “Tá bom, você quer mesmo ir até o fim comigo, né?”

“Quero sim. Vamos ver quem aguenta mais!”, respondeu Silvia, firme.

“Então vamos ver quem cansa primeiro.” Geovana pegou o celular e começou a digitar rapidamente. “Quero ver como você vai fazer escândalo na casa dos Ortega quando eu não for mais nora deles. Aposto que nem vão te deixar passar da porta.”

“O que você quer dizer com isso? Você...”, Silvia começou a ficar nervosa ao ver o olhar decidido de Geovana. “Com quem você está falando? O que vai fazer?”

“Estou falando com Raul sobre divórcio.”

“O quê?”

“Não foi você que me forçou a isso?”

“Para de besteira, você não teria coragem de se divorciar do Raul! Agora você é a senhora da família Ortega. Se divorciar, vai sair de mãos abanando. Não acredito que você é tão burra assim, você...”

Assim que o celular apitou, Geovana mostrou a tela para Silvia.

“Ele concordou.”

Silvia ficou em choque olhando para a tela, vendo apenas duas mensagens na conversa:

Geovana: Vamos nos divorciar.

Raul: Ok.

Nem dez palavras. Resolveram o divórcio assim, tão fácil?

“Você enlouqueceu! Como pode se divorciar do Raul? E mesmo se fosse se divorciar, pelo menos peça parte dos bens! Não pode sair sem nada, isso é burrice!”

“Temos um acordo pré-nupcial. Não posso levar um centavo da família Ortega.”

“Eu... eu estou com câncer no pâncreas. Vou morrer em breve!”

Geovana parou, sentindo um choque, e então se virou para Silvia.

“O que você disse?”

Silvia respirou fundo. “Câncer de pâncreas, estágio avançado.”

“Quer me enganar de novo?”

Silvia tirou um envelope da bolsa e jogou os exames na mesa de centro. “Olha você mesma.”

Geovana ficou alguns segundos em silêncio, mas foi até a mesa, pegou os papéis e começou a ler. Não respondeu nada. Estava ali, de fato. A doença era grave, o tempo de vida era curto.

“Eu fui uma mãe ruim antes, reconheço. Pensei muito sobre isso. Mas seu pai me forçava. Agora que sei que vou morrer, a única coisa que queria era te pedir perdão, tentar corrigir meus erros. Geovana, eu errei como mãe, mas estou morrendo. Você vai mesmo me colocar para fora assim?”

Geovana sabia que aquelas palavras eram manipuladoras, mas a doença – essa era real.