Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 752

Ela soltou um suspiro longo.

“Se quiser ficar morando aqui, fique. Eu vou levar o Eliseu pra outro lugar. Quando você morrer, eu volto pra pegar a casa.”

Depois de falar isso, Geovana pediu pra Dona Quésia subir e arrumar as coisas do Eliseu.

“Eu tô quase morrendo, você não pode ficar mais um pouco comigo?” Silvia reclamou.

“Eu não gosto de cuidar de doente, porque meu gênio é ruim e acabo fazendo o doente passar raiva.”

“Você!”

“Você não tem filho? Deixa ele ficar com você.”

Geovana lembrou de algo e também subiu. Deixar a casa pra Silvia morar tudo bem, mas precisava ficar de olho nela.

No quarto, Geovana pegou do armário o registro do imóvel e algumas joias. Não era muita coisa, afinal, ela tinha investido quase tudo no estúdio de cinema.

“Ah, tá com medo de eu roubar suas coisas?” Silvia tinha entrado sem que Geovana percebesse.

Vendo Geovana guardar tudo na bolsa, Silvia logo entendeu o recado.

Geovana deu de ombros:

“Você não vai querer essas coisas mesmo. Afinal, a senhora já foi a Sra. Medeiros. Mesmo depois do divórcio, continua com dinheiro. Não é como eu, que fui expulsa de casa pelos pais e não tinha nem um centavo.”

“Você... você...” Silvia ficou sem palavras, morrendo de vergonha.

Geovana terminou de arrumar as coisas e já ia sair quando Silvia a segurou pelo braço.

“Eu tô morrendo, você não pode me perdoar?”

“Se eu perdoo ou não, faz diferença pra você?”

“Faz, sim!”

“Tá bom, eu te perdoo.”

Silvia mordeu os lábios.

“Então já que me perdoou, fica em casa comigo, fica mais tempo, se aproxima do seu irmão.”

“Pra quê? Pra eu criar laço com ele?”

Ela não deu bola pra Silvia e saiu do quarto.

Dona Quésia já tinha arrumado as malas do Eliseu. Geovana pediu pra ela também arrumar as próprias coisas, iam todos se mudar.

Dona Quésia aceitou sorrindo, achando que Geovana fosse deixá-la pra trás cuidando da Silvia e do menino.

Na hora de ir embora, Silvia saiu correndo atrás deles.

Geovana olhou pra aquela mulher desesperada, lembrando que, no fim das contas, era sua mãe e que estava morrendo. O coração dela não conseguiu ficar totalmente frio. Pegou um cartão do bolso, deixou em cima do armário de sapatos.

“Aqui tem cem mil. A senha é meu aniversário.”

Disse isso, puxou Eliseu e saiu.

Silvia pegou o cartão e correu atrás, viu eles entrando no carro e começou a bater no vidro.

Geovana, já cansada, abaixou o vidro. “O que você quer agora?”

“Cem mil? Você acha que vai me comprar com essa mixaria? Eu quero um milhão!”

“Tá bom, quando você morrer eu mando pra você por correio!”