Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 11

A voz de Alma soou racional e tranquila: "Sr. Hurst, se o senhor realmente se preocupa com a vida do seu sobrinho, é melhor procurar alguém com o mesmo tipo sanguíneo dele o quanto antes, ao invés de desperdiçar tempo comigo. E, por favor, peço que o senhor e sua família não incomodem mais a mim nem à minha família, está bem?"

Havia em suas palavras uma ausência total de birra proposital.

Era apenas uma impaciência contida sob boa educação e autocontrole.

Naquele instante, Oliver sentiu realmente o frio distanciamento de Alma.

Teve um aperto no coração.

Mas logo pensou: como Alma poderia realmente se afastar dele?

Afinal, aquilo não passava de uma tática para provocar o interesse dele, nada mais.

Será que funcionaria com ele?

No fundo, achou risível: ela se achava muito esperta.

"O que foi, Oliver? Alma desligou de novo?" Cecília se aproximou de Oliver, perguntando ansiosa.

Oliver não respondeu a Cecília.

Apenas se virou e foi até a sala da diretora. Ele jamais colocaria a vida do sobrinho totalmente nas mãos de Alma, ainda mais porque ela estava usando a vida da criança como moeda de troca, e isso já ultrapassava totalmente o seu limite!

Oliver sempre detestou quem tentasse chantageá-lo usando sua família.

Vendo o irmão entrar na sala da diretora, Cecília ficou ainda mais aflita.

Ela pegou o celular e, com raiva, discou o número de Alma.

Do outro lado, Alma havia desligado o telefone.

Realmente não queria ser incomodada pelos Hurst.

Contar para ele?

Alma já havia pensado em contar a Oliver.

Mas, sempre que pensava em abrir a boca, vinha aquele temor: e se, mesmo sabendo, ele continuasse a desprezá-la, a rejeitá-la? Não pareceria ela ainda mais patética, mais humilhada?

Quando alguém não te ama, não precisa de nenhum motivo.

Por isso, preferia guardar o último resquício de orgulho.

Alma não queria ser uma coitada implorando por migalhas, sendo pisoteada por Oliver até não restar nada.

"Eu admito, me apaixonar por ele foi uma tolice minha, nada a ver com ele!" Alma pegou uma taça de vinho de frutas e bebeu de um gole só.

Depois, falou com impaciência: "Fica tranquila, você não vai passar fome! Mesmo que eu tenha saído da vida do Oliver, enquanto você, minha querida irmã postiça, e minha ‘avó emprestada’, enquanto vocês duas não arrumarem confusão, eu garanto que a qualidade de vida de vocês três, você, a vovó e o Vicente, meus queridos agregados, não vai cair!"