Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 335

Na verdade, assim que Alma e Antônio saíram do canteiro de obras, Oliver já os tinha visto.

Ele ainda não tivera tempo de descer do carro.

Os dois vinham caminhando em sua direção, conversando e sorrindo com uma naturalidade tão leve que Oliver sentiu imediatamente aquela felicidade doce que era só deles.

Especialmente o sorriso no rosto de Alma.

Confiante e racional, e ao mesmo tempo, trazendo consigo um toque maduro e sofisticado, próprio de uma dama elegante.

Misturando tudo aquilo, resultava em uma feminilidade equilibrada, sem afetação, sem rigidez ou fragilidade; tudo nela era na medida certa.

Principalmente quando Alma, sorrindo de cabeça inclinada, levantava um dedo delicado e alongado — como quem toca piano — para cutucar o peito de Antônio. Qualquer homem de trinta anos que a visse naquela cena se sentiria fascinado.

Ela chegou a dizer para Antônio: "Você é bonito, fala bem e ainda sabe cozinhar."

Em que ocasião uma mulher elogia um homem dizendo que ele é bonito, tem lábia e cozinha bem?

Isso só poderia acontecer em uma relação absolutamente harmoniosa, onde ambos se atraíam e compartilhavam uma doçura mútua.

Uma relação assim nutria a mulher, fazendo com que ela atingisse o ápice de sua beleza.

Era algo que, em seis anos, Oliver nunca tinha percebido ou sentido; ficou quase atordoado.

Até então, ele acreditava não amar Alma, mas sim Rebeca.

No entanto, ao ver Alma e Antônio tão à vontade, tão em sintonia, e Alma se permitindo ser delicada diante de Antônio, o coração dele se retorceu numa dor lancinante.

E ele tinha certeza de que Alma já o amara profundamente.

Só que agora, de fato, ela não o amava mais, nem um pouco. Caso contrário, não teria mudado dessa forma, tão livremente.

No instante seguinte em que Antônio cumprimentou Oliver, Alma também avistou Oliver se aproximando. Ela não reprimiu seu relaxamento ou seu sorriso por causa da presença dele.

Pelo contrário, continuou radiante, olhando para Oliver: "Bom dia, Diretor Hurst. Obrigada por ter quitado toda a dívida a tempo; agora virei uma verdadeira ricaça de Cidade Verde. Sobre aquela casa…"