Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 466

Sua voz carregava uma mágoa infinita: "Agora você entende por que consegui planejar um projeto de aposentadoria como este e não ter medo de que copiem meu modelo? Porque ninguém nunca me ajudou, sempre estive sozinha. Só eu sei o quanto sofri. A vida me deu o roteiro da vilã. Nem Oliver nem Fáusto jamais me ajudaram, mesmo um sendo meu marido e o outro, marido de alguém que eu salvei."

"Eles sempre me consideraram uma pessoa má. Tudo o que eu podia fazer era lamber minhas próprias feridas em segredo, proteger a mim mesma."

As lágrimas giravam em seus cílios longos e curvados, caindo em cascata.

Mesmo sem entender a situação, os policiais recém-chegados, ao verem Alma assim, não tiveram coragem de repreendê-la.

"Alma, me... desculpe", disse Oliver, olhando para Alma com pesar.

"Alma... eu... Sr. Fáusto... sinto muito, minha filha...", Fáusto, com lágrimas nos olhos, olhou para Alma.

Até mesmo Amadeus, que a estava ajudando a descobrir a verdade, olhou para ela com dor: "Alma, você não é a vilã. Você não está em um roteiro, sua vida não foi predeterminada por ninguém! Você construiu seu próprio caminho. Mesmo que tenha enfrentado dificuldades e superado obstáculos, você conseguiu. Você não apenas não fez mal a ninguém, como também acolheu o menino surdo, a avó solitária e Julieta, não é mesmo?"

As lágrimas de Alma caíram com mais força.

Ela engoliu a amargura: "Quem pode entender um grupo como o nosso? Abandonados pela família, analfabetos que nem tiveram a chance de estudar. Eu, a avó, Julieta e Vicente, todos fomos abandonados, indesejados. Só nós não nos desprezamos, nos juntamos para nos aquecer mutuamente."

Essas palavras deixaram todos em silêncio, com o coração pesado.

Alma olhou para Rebeca com um sorriso frio: "Já que você diz que sou uma vigarista, então, por favor, me diga quem eu enganei? Eu te roubei um centavo sequer?"

"Você enganou, sim! Você enganou meu Sr. Fáusto! Enganou meu marido! Me enganou! Você ocupou o lugar dos meus pais biológicos por dezesseis anos! Você é uma vigarista! Analfabeta! Arrogante! Vulgar! Ordinária! Você não só nos enganou, como também foi para a Itália enganar um velho. Você não se chama Sequeira, mas mentiu dizendo que se chamava para roubar o pen drive dele!"