Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 486

"Medo, um medo infinito! Um medo sem fim! Para não sentir medo, aos dezesseis anos, eu fiz de tudo para não ter dignidade. Eu só queria meus pais. Se ao menos meus pais me deixassem ficar aos pés deles, eu ficaria satisfeita. Mas mesmo quando perdi toda a minha dignidade, vocês ainda não me quiseram."

"Quando meu medo chegou ao limite, transformou-se em ausência de medo."

"Naquela época, eu já sabia que não tinha mais parentes. Neste mundo, eu estava completamente sozinha."

"Eu dormia à noite no saguão do hospital. Para não morrer de frio, eu cuidava de pacientes terminais com doenças contagiosas, limpando seus dejetos, apenas para conseguir uma ajuda de custo de vinte mil. Vocês sempre se perguntaram por que Fáusto era tão bom com Rebeca, não é?"

"Foi porque, naquela época, eu cuidei da esposa do Sr. Fáusto vinte e quatro horas por dia, dando-lhe comida, limpando-a, trocando seus curativos, e a trouxe de volta da beira da morte. É por isso que Fáusto insistiu em deixar sua herança para Rebeca."

"Sra. Gama, desde que perdi essa função psicológica e física do medo, no meu coração, não existem mais os chamados laços de sangue."

"Além do mais, Sra. Gama, você, enlouquecida e perversamente, torturou minha filha até quase a morte. Até o cabelo que vocês usaram para o teste de DNA foi arrancado da cabeça da minha filha pela Sra. Gama. Sra. Gama, você sabe quem é a mulher que eu mais odeio neste mundo?"

"Não é a Rebeca!"

"É você!"

"A pessoa que mais odeio é você. Em segundo lugar, toda a sua Família Sequeira. Rebeca só fica em terceiro."

"Esta refeição de hoje é a nossa última conversa. Ao sair desta sala, eu, Alma, a partir de agora, não tenho mais nenhuma relação com a Família Sequeira! Não pense que não conheço a lei, Sra. Gama. Não se esqueçam que foram vocês que me abandonaram primeiro! Já que me abandonaram, não há entre nós nenhuma obrigação de sustento!"