Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 56

"Por que pagar a conta, se o Oliver já disse que vai bancar tudo?" Julieta falou, claramente irritada. "Se soubesse que aquele canalha ia pagar, devíamos ter pedido o pacote superluxo de oitocentos e oitenta mil por mesa!"

"O pacote que eu pedi também não foi barato, dezoito mil e oitocentos. Preciso ir até a recepção pegar meu dinheiro de volta!" disse Alma.

Ela tinha acabado de registrar seu escritório de design, com um capital inicial de cem mil.

O dinheiro estava curto.

Quase vinte mil, ela precisava reaver.

"Vai lá pegar." disse Julieta.

Alma se virou e caminhou em direção ao elevador. Quando as portas se abriram e ela estava prestes a entrar, viu um homem elegante de terno saindo do elevador, lançando-lhe um olhar furioso.

Alma ficou surpresa.

Quem era aquele homem?

"Alma, não me importo se você é amante de outra pessoa, mas se ousar destruir o relacionamento da Rebeca, não serei gentil com você!" Amadeus declarou com voz firme e indignada.

Alma ficou em silêncio.

Ela olhou nos olhos do homem à sua frente.

O olhar dele era sério e severo. Só pela expressão, Alma percebia que ele provavelmente não era uma pessoa má.

Pelo menos, não era como Belmiro, que mesmo sabendo que Rebeca havia destruído sua família, continuava a oprimi-la com arrogância.

Nem como Antônio, de natureza cruel e sem escrúpulos.

Aquele homem parecia ter um forte senso de justiça.

"Eu não destruí o relacionamento da Rebeca." Diante de alguém tão justo, Alma respondeu calmamente.

"No banheiro, você se apoiou no Oliver de propósito. Se isso não é sedução, o que é então? Já vi muitas mulheres como você. Virar empregada na família Hurst foi apenas seu primeiro passo, não? Seu objetivo era se aproximar do Oliver?" Cada palavra do homem parecia carregada de razão.

Meu Deus!

E o Vicente?

E a Julieta?

Levantou-se e foi até a sala, onde encontrou um recado de Vicente: "Mamãe, você está muito cansada esses dias, pode descansar tranquila. A Tia Julieta me levou para a escola."

O coração de Alma se encheu de calor.

O telefone tocou. Era Dante.

Ela atendeu, um pouco envergonhada: "Desculpe, Dante. Ontem fiquei muito cansada com a festa do Vicente, acabei acordando tarde. Já estou indo para o escritório, não vou me atrasar para assinar o contrato com os investidores às onze."

"Alma, seu projeto, aquele de residências para idosos em parceria com o Grupo Hurst e empresas internacionais, é praticamente idêntico ao deles. Os investidores querem retirar todo o dinheiro." Dante disse, aflito.

Alma ficou em silêncio.