Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 6

Alma suspirou tristemente: "Este é o único presente que posso dar à minha filha. Espero que, quando Alina crescer, ela ainda se lembre que já teve uma mãe biológica que a amava."

Francisco sentiu um aperto no peito: "Você já pensou em lutar por ela? Quem sabe a menina queira viver com você?"

Lutar?

De repente, a voz de Alma ficou rouca e sombria: "Desde o verão passado, Alina começou a me rejeitar. Ela prefere que Rebeca seja a mãe dela..."

Francisco ficou em silêncio.

Ele não sabia como consolar Alma, então continuou perguntando: "Você já entregou o acordo de divórcio ao tribunal?"

"Sim!"

"Para evitar que eu me arrependa, ao mesmo tempo em que enviei o documento pra você por e-mail, também encaminhei uma cópia para o responsável do tribunal que consultei. Assim que chegar a hora, o tribunal notificará as duas partes automaticamente. Mesmo que eu me arrependa, o acordo de divórcio não poderá ser anulado."

O tom de Alma era calmo, quase indiferente.

Como se nada daquilo a afetasse.

Mas para Francisco, ouvir aquilo era doloroso.

Quão desolada Alma deveria estar por dentro?

Para não deixar espaço algum para o arrependimento?

"Alma, se quiser chorar, pode chorar," Francisco disse, comovido.

Mas Alma apenas sorriu: "Eu não tenho vontade de chorar, de verdade."

Ela não queria remoer a dor, só desejava recomeçar a vida.

Os bens que acumulou ao longo dos anos ficaram todos para Alina. Agora, precisava ganhar dinheiro rápido, não podia perder tempo.

Depois de se despedir de Francisco e voltar para casa, Alma foi direto para o escritório, continuando a finalizar o projeto integrado das instalações para idosos.

Só ao fazer um balanço do trabalho, percebeu que havia esquecido algo na casa de Oliver.

Mais precisamente, um esboço.

Cerca de duas semanas atrás, enquanto colocava Alina para dormir, foi tomada por uma inspiração repentina. Rasgou uma folha colorida do material de Alina e anotou a ideia com pincel. Como estava no quarto infantil, depois de terminar, colocou o esboço entre os livros de contos de fadas da filha.

Aquele esboço era muito importante para o seu projeto.

O casamento dela com Oliver era só um documento assinado.

Nunca houve cerimônia, e Oliver jamais anunciara publicamente que ela era a esposa da Família Hurst.

"Eu sou... professora particular da Alina. Esqueci um objeto no quarto dela, vim buscar," Alma mentiu.

Ela não esperava que a empregada fosse deixá-la entrar.

Se não conseguisse, teria que esperar Oliver voltar para pegar o que era seu.

Para sua surpresa, a empregada permitiu a entrada: "Pode entrar, sim."

Alma entrou na casa e foi direto para o quarto infantil de Alina. Encontrou o ambiente desorganizado, a estante de livros que ela mesma arrumara estava uma bagunça. Seria difícil encontrar o esboço entre tantos livros.

Para não constranger a empregada, que permanecia de pé na porta observando, Alma pegou todos os livros e os levou para a sala de estar, sentando-se para folheá-los, um por um.

Estava imersa na busca quando ouviu a porta se abrir no hall de entrada.

Logo em seguida, Oliver entrou de mãos dadas com Alina, e Alina segurava a mão de Rebeca. Os três conversavam animadamente, íntimos e felizes, enquanto entravam juntos.