Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 70

Esse tipo de mulher!

Seu coração não passava de um lodo podre, apodrecido e fétido.

"Srta. Moraes, quer dizer que esse projeto não foi criado por mim, mas por você, uma estudante que mal terminou o ensino fundamental e sequer entrou no ensino médio?" O tom de Rebeca era de um sarcasmo cortante ao questionar Alma.

Mal terminou de falar, e ao redor todos explodiram em gargalhadas zombeteiras.

"Meu Deus, ensino fundamental? Isso equivale a uma analfabeta!"

"Por isso dizem que a ignorância é uma bênção. Se ela tivesse lido algum livro, tivesse um pouco de cultura, de conhecimento, de discernimento, não teria ousado aparecer num evento beneficente destes para tentar se aproveitar do Sr. Hurst e da Srta. Sequeira."

"Aposto que ela acha que criar um projeto desses é como brincar de casinha."

"Brincar de casinha? Ela pensa que um projeto para idosos é tão simples quanto essas roupas baratas de produção em massa que ela está vestindo!"

"Haha, que vergonha alheia!" Nesse momento, Valentina, que estava atrás de Alma, puxou de leve a barra da roupa dela, fazendo com que Alma se virasse bruscamente para encará-la.

Valentina, por ser mais jovem, mostrava-se travessa e sem pudores.

"Eu até pensei que essa roupa barata que você usa ia rasgar fácil, sabia? Querida, você calculou mal. Ainda faltou coragem, hein? Se você tivesse vindo com uma roupa que rasgasse ao menor puxão, revelando seu verdadeiro eu para todos aqui, ia fazer ainda mais sucesso! Fica a lição para a próxima vez."

Alma olhou para Valentina.

Depois para Rebeca.

Passou os olhos por todas as pessoas presentes.

Todos a cercavam como se ela fosse uma atração exótica, observando-a como se estivesse em um espetáculo, esperando que ela se humilhasse ainda mais.

Ela não tinha vontade de responder a Valentina.

Não tinha ânimo para isso.

Alma apenas fixou o olhar em Oliver.

O rosto de Oliver estava calmo e indiferente, como sempre, tratando-a como uma estranha.

Alma sorriu, desolada.

Ela já tinha aceitado que Oliver não a amava, que a mulher por quem ele era apaixonado era Rebeca, e até mesmo aceitava que ele vivia dizendo a Alina o quanto Rebeca era maravilhosa, incutindo na filha o ódio e o desprezo pela própria mãe. Ela aceitava tudo isso.

Mas nunca tinha imaginado que até o projeto que ela criou com tanto esforço ao longo de cinco, seis anos, poderia ser tomado por Rebeca.

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