Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 83

Alma voltou para casa já muito tarde.

Antes mesmo de entrar, ela ouviu risadas alegres.

"Vó, esse aqui é o mais gostoso, onde você comprou? Você não tinha ido até a porta da Família Sequeira?"

"Ah, fui lá à toa, ninguém da Família Sequeira estava em casa. Nem fiquei muito tempo na porta, logo voltei. No caminho, vi uma feirinha e comprei lá. Vicente, fala pra bisa: está gostoso?"

"Está gostoso, bisa." Vicente murmurava, comendo sem parar.

Quando Alma abriu a porta, viu duas beldades e um garotinho robusto sentados na sala, comendo cana-de-açúcar doce sem nenhum requinte.

A cana-de-açúcar doce era uma especialidade de Cidade Verde.

Era um tipo de sorgo adocicado, não tão doce quanto a cana tradicional, mas tinha um sabor fresco e agradável, e, principalmente, era muito mais fácil de mastigar do que a cana comum.

Por isso, tanto os dentes já gastos da avó quanto os dentinhos de leite de Vicente conseguiam dar conta.

A avó foi a primeira a notar Alma: "Alma, você voltou! Vai lavar as mãos, vou servir o caldo de galinha que preparei pra você."

A senhora largou a cana-de-açúcar e foi apressada à cozinha servir a sopa para Alma.

Vicente trouxe os chinelos para a mãe.

Julieta pegou a bolsa e as chaves de Alma.

Os olhos de Alma se encheram de emoção naquele instante.

Apesar de serem uma família de quatro formada por idosos, mulher e criança, para ela, aquele lar era pleno de calor e ternura.

Ela lutaria com todas as forças para garantir que aqueles três tivessem sempre uma vida confortável.

Depois do jantar, Alma tentou convencer a avó: "Vó, este ano a Família Sequeira não está em casa, a avó Sequeira também não vai mais comemorar aniversário. Não precisa mais esperar na porta deles, tudo bem?"

"Por que a tal terceira esposa não vai comemorar aniversário desta vez?" perguntou a avó.

"Terceira esposa?"

"Sua irmã disse que ela era só uma concubina minha, hoje em dia chamam concubina de terceira esposa."

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