Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 87

Alma apoiou a testa com a mão, sem saber se ria ou chorava.

Antes de vir para cá, ela já temia que algo desse errado, então levou as três para passear no shopping, comprando todo tipo de comida, bebida e diversão que pudessem querer.

No fim, nem assim conseguiu manter as três presas em casa.

Alma espiou por entre os dedos as três figuras que entravam correndo pela porta.

Carolina, uma bela senhora de setenta e dois anos, usava um cardigã de lã verde com flores extravagantes, chamando bastante atenção, e uma calça skinny branca.

Aquela calça skinny lhe pareceu familiar; de repente, percebeu que era uma das suas próprias calças.

Não era de se estranhar que a senhora tivesse que dobrar a barra da calça quase dez centímetros.

Nos pés, ela calçava um par de saltos altos vermelhos de dez centímetros.

Vermelho vivo!

Saltos de dez centímetros!

Meu Deus!

Se Alma não tivesse enganada, certamente tinha sido Julieta quem vestira Carolina daquela forma.

Carolina vivia discutindo com Julieta, mas quando o assunto era se arrumar, Carolina obedecia direitinho à Julieta.

Agora, olhou para Julieta.

Ela estava com um vestido de festa longo, vermelho, decotado em V na frente e com as costas à mostra, batom vermelho, uma clutch vermelha nas mãos e uma faixa de seda vermelha amarrada no cabelo em forma de laço, propositalmente torta para um lado — aquele visual era o auge do espalhafato.

As duas seguravam a mão de um garotinho surdo.

O pequeno, de terno, estava elegante e charmoso.

Mas, ao lado do aparelho auditivo, havia um círculo raspado de cabelo, feito por Alma, deixando a cabeça dele destoando totalmente do terno — que figura!

Os três ainda usavam óculos escuros.

Carolina andava mancando, trocando as pernas de forma desengonçada.

O garotinho caminhava animado, mas além de metade da cabeça estar raspada, havia um adesivo enorme em cima da careca.

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