Casada com a Fera romance Capítulo 3

Eu precisava de um herdeiro. Na verdade meus pais precisavam de um, a empresa da família tinha que ser mantida nas nossas mãos e foi por isso que deixei que eles seguissem em frente e me arrumassem uma esposa.

Meus pais tentaram me animar com a ideia, minha mãe em especial, ficou falando sobre a beleza da garota, o quanto era educada e doce. Mas não podia ser boa pessoa, já que estava se vendendo para ser uma incubadora ambulante.

Que tipo de mulher aceita se casar com um homem que não conhece e assina um contrato dizendo que vai ter todos os filhos que esse homem quisesse? Lhe respondo, um tipo interesseiro!

Desde o meu acidente de carro minha vida não foi a mesma, meu rosto foi destruído, ou ao menos parte dele foi. Nem mesmo o cirurgião mais caro foi capaz de concertar o que minha ex esposa causou, agora eu era um homem deformado, ou como já ouvi dizerem: Uma Fera.

Quando o carro entrou na propriedade eu estava olhando a foto que minha nova esposa havia tirado com meus pais no almoço mais cedo. O vestido que ela usava não combinava com a ideia que formei sobre ela, não a valorizava em nada. Talvez por isso meus pais tenham se iludido com ela, o rosto bonito e uma conversa suave e eles estavam caindo na enganação.

Me ergui e fui até a janela esperando vê-la mais de perto e quando ela parou em frente a casa, observando a enorme construção pude ver sua cara de fascínio com tudo, ela era apenas mais uma interesseira.

— Sophie. — testei o nome dela em meus lábios e isso pareceu atraí-la direto para mim.

Seu rosto se ergueu focando na janela do meu quarto e eu tive um rápido vislumbre dos olhos castanhos curiosos, antes de me esconder nas sombras.

Me sentei em frente ao computador e comecei a mexer no sistema de câmeras, espiando onde ela estava e podendo ver de perto cada reação dela ao conhecer o resto da casa.

Vi Holly, a governanta da casa mostrar tudo para ela, as duas conversaram como se já se conhecessem e a garota continuou com o teatro de boa moça, mantendo as aparências, fazendo Holly cair na sua farsa assim como os meus pais.

Mas quando notei que estavam em frente a porta do meu quarto eu rosnei e me levantei, colocando a mascara em meu rosto e indo até a porta.

— Chefe! — ouvi a voz da mulher que praticamente me viu crescer, junto com as batidas. — Sophie Carter já está aqui.

— Oh não, por favor, me chame só de Sophie.

A voz doce me alcançou, mas meu sangue ferveu quando me dei conta de que ela não queria ser chamada pelo meu sobrenome. Claro, o meu dinheiro servia, mas o meu nome não.

— Boa tarde Senhora Carte! — rosnei as palavras quando abri a porta rapidamente.

Os olhos surpresos dela se concentraram em meu rosto, provavelmente se perguntando o que eu estaria escondendo por trás da máscara.

— Boa tarde, hã... acho que podemos pular a parte do senhor e senhora, já que somos marido e mulher agora. — ela falou com um sorriso largo no rosto, que vacilou quando viu que eu não iria lhe responder. — É muito bom conhecê-lo, seus pais me falaram muito de você.

Encarei a mão que ela estendeu para mim pensando seriamente em recusar, mas Holly pigarreou mostrando sua indignação com meu comportamento e eu cedi.

Deslizei minha mão sobre a sua, a pele macia e sedosa se arrepiou com meu toque, comparada a mim Sophie parecia estar congelando. Encarei nossas mãos me dando conta do quão pequena ela era, pequena em todos os sentidos.

— O jantar é servido as sete em ponto, não se atrase! — rosnei tirando minha mão de perto dela. — E vista algo mais quente, ou vai congelar.

Fechei a porta sem me importar em ser educado ou cordial, precisava tirar meus olhos dela.

Retirei a máscara e encarei o objeto na minha mão, mesmo que apenas metade do meu rosto estivessem destruídos, eu usava uma máscara que o cobria por inteiro, mas apenas colocava quando era necessário, meus funcionários já estavam acostumados com meu rosto e não ficavam me encarando, porém agora com Sophie em casa eu teria que passar longos períodos com aquilo.

Tomei um banho e coloquei um terno caro, assim como os sapatos italianos. Não costumava usar aquilo em casa e como raramente saia, todas aquelas coisas estavam intocadas no meu closet.

— Holly, onde está aquela garota? — rosnei quando cheguei a mesa no horário certo e ela não estava lá.

— Pelo amor de Deus Patrick. Fale direito da menina, ela é sua esposa e é um doce de garota. — revirei os olhos com aquela fala, sabendo que já era algo esperado. — Não gostei de como a tratou mais cedo, sei que tem seus receios, mas abra o seu coração e de a Sophie uma chance.

Bufei com as palavras dela, Holly não podia estar mais equivocada.

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