Casados à Primeira Vista romance Capítulo 46

Karen estava muito preocupada e não controlou a força por conta da ansiedade. O tapa foi um pouco forte. Após ouvir o barulho dele, ela até sentiu dor na mão.

"Karen?" Kevin abriu lentamente os olhos. A voz dele estava grossa e rouca, e os olhos estavam completamente avermelhados.

"Kevin, você tá com uma febre alta. Levanta logo, a gente precisa ir ver um médico." A mulher segurou o braço dele e tentou puxá-lo, mas ele era pesado demais.

O homem franziu a testa e olhou para ela, mas então fechou os olhos devagar.

"Kevin, não dorme. Você não pode voltar a dormir." Karen não conseguia arrastá-lo para fora da cama. O homem estava perdendo a consciência de novo. Ela pegou o celular no mesmo instante e estava pronta para ligar para a emergência.

Antes que a mulher terminasse de digitar o número, recebeu uma ligação. A tela do celular mostrava o nome de Amelia. Karen se lembrou de que nunca salvou o número dela.

No entanto, não havia tempo para pensar demais sobre isso. Ela atendeu com urgência: "Amelia..."

Amelia não esperou para ouvir o que Karen ia dizer e perguntou com pressa: "Sra. Kyle, o diretor Kevin está com você?"

Todas as manhãs, o homem acordava cedo e tratava de assuntos urgentes no exterior por meio de uma chamada de vídeo. todavia, ela não o viu nessa manhã, e havia muitas coisas esperando pela decisão dele.

Amelia tentou ligar para o celular do trabalho e para o celular particular de Kevin, mas ele não atendeu. Como ela não conseguiu entrar em contato com o chefe, decidiu ligar para Karen.

"Amelia, você ligou bem na hora. O Kevin tá com uma febre alta, e é muito sério. Eu ia ligar pra emergência e pedir uma ambulância." Apesar da urgência da situação, Karen manteve a calma e comunicou com clareza o que havia ocorrido para a outra mulher.

"Sra. Kyle, você não precisa ligar para a emergência. Vou ligar para alguém agora mesmo." Assim que disse isso, Amelia desligou a ligação.

Karen deixou o celular de lado, saiu da cama o mais rápido possível e foi pegar alguns cubos de gelo na geladeira da cozinha. Ela os embrulhou com uma toalha e encostou-a no rosto de Kevin, para aliviar a febre dele.

No quarto, o celular dela começou a tocar freneticamente mais uma vez. Karen pegou-o e viu que era outra ligação de Amelia. Quando atendeu o celular, ouviu-a dizer: "Sra. Kyle, o diretor Kevin é alérgico à penicilina. Não dê antibióticos a ele".

Karen assentiu. "Tudo bem."

Amelia desligou a ligação de repente, o que era incomum, mas Karen não se importou com isso.

Com uma das mãos, ela colocou a toalha com gelo na testa do homem, e, com a outra, segurou a grande mão dele. "Kevin, como você tá?"

A mulher tinha esperanças de que ele fosse responder, apesar de imaginar que o homem não podia ouvi-la.

Depois de um tempo, ela tirou o gelo, curvou-se e encostou a testa na dele.

Karen sentiu a temperatura alta do homem, e, por um momento, o calor foi tanto que ela não quis se separar.

Era a primeira vez que ficava tão perto dele, então ela olhou bem para Kevin.

Ele era mesmo muito bonito. O belo rosto parecia uma obra de arte que foi polida com cuidado com o passar do tempo. Cada linha do rosto dele era natural e fina, cheia de elegância e de calma.

Como alguém podia ser tão bonito? Mesmo se ela fechasse os olhos, ainda sentia o coração acelerado.

Talvez porque Karen estivesse muito concentrada nisso, ela sequer percebeu que Kevin abriu os olhos.

Quando ele fez isso, viu o olhar sério da mulher. O homem não pôde evitar perguntar: "Já olhou o suficiente?"

Ouvir a voz dele foi como ouvir um raio caindo ao lado dela. O rosto e as orelhas dela coraram, e ela ficou sem reação.

Nesse momento, Karen ficou surpresa ao perceber que estava tão próxima do homem. As pontas dos narizes deles se tocaram, de forma que eles conseguiam sentir o calor e a respiração um do outro. Embora os olhos de Kevin fossem gentis, eles eram como espadas afiadas que perfuraram o coração dela.

"Ah." Ela levantou-se de sobressalto e se afastou no mesmo instante, como se tivesse levado um choque elétrico.

Mas o homem não queria deixá-la sair de perto desse jeito, e agiu tão rápido quanto uma onça caçando sua presa. Kevin segurou a nuca de Karen e a puxou para perto; em seguida, beijou-a com força.

Ele foi tão veloz que ela não conseguiu reagir a tempo.

Os lábios deles se tocaram e se pressionaram um contra o outro.

O tempo pareceu passar em câmera lenta.

Mais uma vez, o coração dela foi roubado por ele.

Após uma quantidade desconhecida de tempo passar, Kevin enfim soltou Karen, que estava ofegante. Ele segurou com carinho o rosto dela, e gentilmente tocou os lábios inchados e úmidos dela com as pontas dos dedos antes de dar um leve sorriso.

Karen ainda estava sem ar. Tudo havia acontecido tão rápido que a mulher nem conseguiu aproveitar direito.

Ela arregalou os olhos e olhou para Kevin, incrédula. Os lábios vermelhos dela se abriram, e ela estava prestes a dizer algo, mas o homem colocou o dedo sobre eles.

"Eu preciso descansar", disse ele, sorrindo. Então, soltou Karen sem dizer uma única palavra, deitou-se e voltou a dormir.

A mulher estava um pouco confusa. Ao ver como Kevin parecia estar com sono, ela ficou com vergonha e se sentiu estranha. Por um momento, Karen ficou ali, parada, incapaz de pensar em qualquer coisa.

Nesse momento, a campainha tocou.

O barulho foi como um presente dos céus, e a mulher, que não sabia o que fazer, sentiu-se aliviada. Ela foi correndo atender a porta, mas ouviu a voz sexy e rouca de Kevin atrás dela: "Coloca um casaco primeiro".

Ela parou e olhou para trás, mas o homem ainda estava de olhos fechados, como se nunca tivesse falado nada.

Distraída, a mulher olhou para frente de novo. Depois de um tempo, ergueu a mão e tocou os lábios devagar. Aí, disse em uma altura que só ela conseguia ouvir: "Tudo bem".

Vendo que estava de pijama, Karen sabia que não era uma boa ideia sair assim. Ela foi rápido pegar um casaco e o vestiu antes de abrir a porta.

Através do vidro, a mulher viu que eram Amelia e Nick que haviam chegado. Ela abriu com pressa a porta.

Amelia e os outros entraram no mesmo instante. Sem nem mesmo cumprimentar Karen, eles correram para o quarto.

Ela ficou pasma, mas seguiu-os. O médico que estava com eles pegou uma seringa para administrar um remédio.

"O que vocês tão fazendo?" Perguntou Karen. Ela não conhecia essas pessoas de jaleco branco. Assim que eles entraram no quarto, injetaram algo em Kevin, que estava inconsciente. A mulher não teve tempo para pensar nisso e estava prestes a impedi-los.

Amelia entrou na frente dela. "Karen, eles são os médicos particulares do diretor Kevin. Faz muitos anos que estão com ele, então conhecem muito bem a situação dele. Por favor, não os atrapalhe."

Karen não percebeu que Amelia estava falando em um tom diferente, com uma certa frieza. Ela só estava preocupada com a saúde do homem.

A mulher ficou apenas observando os médicos, pois não podia ajudá-los em nada. Na verdade, eles até a consideravam uma estranha, então ela ficou um pouco longe.

Karen apertou os lábios e se sentiu um tanto desconfortável. Parecia que todos eles estavam ao lado de Kevin havia muitos anos e o conheciam muito bem. Ainda que ela fosse a esposa dele, não sabia nada sobre o marido.

Depois de injetar nele um líquido por meio de uma seringa, os médicos colocaram Kevin na maca que trouxeram e levaram-no embora com cuidado.

Tudo isso aconteceu muito rápido. Antes que Karen se desse conta, o homem já havia sido levado.

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