Casados à Primeira Vista romance Capítulo 47

Karen voltou a si e começou a segui-los com pressa, mas Amelia a deteve. "Nós vamos cuidar do diretor Kevin, então você não precisa se incomodar. É melhor voltar ao trabalho."

Essas palavras deixaram Karen muito desconfortável. Com isso, ficou evidente que Amelia a considerava uma estranha.

O marido dela estava doente, mas ela não podia ficar ao lado dele. A mulher sentiu-se angustiada, como se tivesse levado um tapa na cara.

Foi só nesse momento que ela percebeu que nunca havia de fato entrado na vida de Kevin. A família dele, o trabalho e tudo que dizia respeito a esse homem pareciam estar a anos-luz de distância dela.

Agora, apesar de Kevin estar doente, ela não podia cuidar dele por mais que fosse sua esposa.

Ela se perguntou se ele era mesmo o marido dela.

Karen mordeu o lábio. Quanto mais pensava nisso, mais desconfortável se sentia. Por um lado, ela estava preocupada com o homem. Pelo outro, estava confusa.

"Au..." Momo, muito sensata, sentiu que a mulher estava de mau humor, então se esfregou nos pés dela e consolou-a com grunhidos.

Karen se abaixou e acariciou a cabeça dela. "Momo, o tio Kevin tá doente, mas a mamãe não conseguiu cuidar dele. Você acha que a mamãe é uma inútil?"

"Au, au..." Momo latiu algumas vezes, lambeu a mão da dona e a confortou assim.

"Obrigada, Momo." Karen acariciou a cabeça dela. "Vai brincar. Tô pronta pra ir pro trabalho."

A Innovative Tech estava lidando com problemas no momento. As questões entre a família Gook e Star Glow ainda precisavam ser resolvidas, e Kevin estava doente e não podia trabalhar.

Não era a função de Karen lidar com questões tão importantes e tomar decisão, mas, se ela fizesse bem o próprio trabalho, seria possível ajudar Kevin com esses fardos.

Recentemente, como as vendas da Innovative Tech atingiram um novo recorde de baixa, todos os funcionários haviam sido afetados. A moral no trabalho não estava muito alta.

Karen não sabia se Kevin não conseguia lutar contra a família Gook ou se talvez só estava esperando o momento certo para lançar o contra-ataque.

Alguns dos colegas do escritório estavam conversando, enquanto outros navegavam nas redes sociais. Nenhum deles estava trabalhando. A situação era muito preocupante.

Ela suspirou baixinho e conteve as emoções. Em seguida, ligou o computador e estava pronta para começar mais um dia de trabalho.

Primeiro, a mulher verificou as informações de alguns clientes, e depois ligou para eles um por um para ver se conseguia uma oportunidade de encontrá-los e discutir novos projetos.

Ela fez várias ligações, mas a maioria das pessoas desligou logo, alegando que estavam ocupados como desculpa, o que fez Karen se sentir muito humilhada.

A mulher passou a maior parte da manhã esfregando o nariz e se preocupando com a situação de Kevin. Às dez horas, o homem enfim ligou para ela.

Ao ver o número familiar na tela, a mão de Karen começou a tremer um pouco. Ela precisou deslizar o dedo pela tela várias vezes porque estava muito ansiosa.

Quando a mulher conseguiu atender, ela ouviu a voz grossa e rouca de Kevin do outro lado da linha. "Karen, onde você tá?"

"Tô trabalhando no escritório." Ao ouvir a voz do homem após ter passado a manhã toda nervosa, Karen finalmente relaxou.

Assim que ela respondeu, Kevin ficou um bom tempo em silêncio. Parecia que ele não pretendia dizer mais nada.

Ela ficou esperando por um tempo, e estava prestes a falar quando ouviu o homem afirmar: "Então você deveria voltar ao trabalho".

"Kevin..." Interrompeu-o Karen, franzindo os lábios. "Você tá melhor?"

"Ainda não morri."

No momento em que a mulher ouviu o tom indiferente dele, ela ficou magoada e com raiva.

Karen mordeu o lábio e disse, um pouco irritada: "Que bom que você não morreu. Bom, é isso aí. Tenho que voltar ao trabalho".

"Okay", bufou com frieza o homem do outro lado da linha, desligando a ligação antes dela.

Enquanto olhava para a tela escura do celular, ela sentiu um aperto no peito e não estava conseguindo respirar direito.

Karen ficou preocupada com a doença dele pela manhã toda. A preocupação era tamanha que a mulher não conseguia ficar parada. Mas, antes que ela pudesse perguntar sobre a situação do homem, ele desligou a ligação na cara dela.

A mulher estava olhando para a tela do celular quando ela acendeu de novo. Dessa vez, era Amelia quem estava ligando.

Karen atendeu e ouviu a outra mulher pedir que ela fosse ao Rovio Hospital.

Esse era um hospital particular muito famoso. Todos sabiam que a equipe médica era melhor e mais talentosa do que a equipe no Huntington Hospital. Além disso, como era de se imaginar, o lugar era custava os olhos da cara.

Embora a mulher ainda estivesse um pouco brava por causa da atitude de Kevin quando eles conversaram agora mesmo, era impossível continuar irritada com ele. Ela precisava ver com os próprios olhos que ele estava são e salvo antes que pudesse ficar tranquila de verdade.

Após a ligação de Amelia, Karen tirou o dia de folga e foi para casa fazer uma sopa de legumes. Pessoas com febre alta precisavam comer alimentos leves. Era quase uma hora da tarde quando ela saiu de casa e foi ao Rovio Hospital.

O lugar era muito bem vigiado. Pessoas normais não podiam entrar, então Amelia estava esperando do lado de fora da guarita.

Ao ver Karen, ela sorriu e a cumprimentou. "Sra. Kyle, peço desculpas pelo meu tom hoje de manhã. Eu estava muito preocupada com a saúde do diretor Kevin. Sinto muito se a ofendi."

"Não tem problema." Karen não ligava para o tom dela. O que importava era que Kevin estava doente e, como esposa dele, ela não podia fazer nada.

Os dois deveriam ser um casal íntimo, mas, de manhã, parecia que não havia nada entre eles.

Depois de caminhar por mais de dez minutos, elas chegaram ao quarto do homem. Amelia afirmou: "Esse é o quarto do diretor Kevin. Vou esperar aqui fora".

Karen assentiu e disse: "Peço desculpas pelo incômodo".

A porta estava entreaberta, tal que ela olhou pela fresta e viu uma mulher de uns cinquenta anos, que estava preparando comida para Kevin.

A mulher pegou vários recipientes cheios de comida e os colocou na mesa um por um. Cada um dos movimentos dela parecia ser calculado. Dava para perceber que ela era experiente no assunto e que costumava fazer isso sempre.

Vendo que alguém havia preparado tanta comida para o homem, Karen olhou para a marmita térmica que estava trazendo e a escondeu atrás de si mesma por reflexo, por não querer que Kevin visse a comida fria que ela havia preparado para ele.

Karen abriu a porta. No mesmo instante, a mulher olhou para ela e então para a marmita nas mãos dela. Isso a deixou curiosa.

A enfermaria era uma suíte com sala de estar. A sala era uma área de descanso, decorada com todos os tipos de móveis e electrodomésticos.

Como não viu o homem ali, Karen não tinha certeza se ele estava no lugar.

Ela olhou para a mulher e deu um sorriso sem graça. "Esse é o quarto do Kevin?"

A mulher olhou Karen de cima a baixo por um bom tempo antes de apontar para o quarto lá dentro. "O jovem mestre está no quarto interno."

"Obrigada!" Karen sorriu e assentiu com educação para a mulher. Ela colocou na mesa lateral a marmita e foi até o quarto ver Kevin.

Lá dentro, ele estava usando roupas brancas de hospital, e, sentado na cama, lia um jornal que segurava com a mão direita, enquanto o soro estava ligado à esquerda.

"Kevin", chamou-o Karen, mas ele não ergueu a cabeça, como se não tivesse ouvido a voz dela.

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