Casados à Primeira Vista romance Capítulo 48

Kevin a ignorou, então ela ficou com um pouco de vergonha. Karen ficou parada, sem saber se entrava ou se saía.

Depois de um bom tempo, o homem ergueu os olhos. Eles estavam frios e calmos por trás da armação dourada. "Por que você tá aqui?"

Kevin havia tomado banho com água fria para se acalmar e não fazer amor com ela na noite anterior. Aquele banho frio o deixou com uma febre alta e ele precisou ir ao hospital. Apesar disso, a mulher ainda foi trabalhar. Ela o havia abandonado e não se importava com ele. Como ela era sem coração!

A expressão e a atitude de Kevin fizeram Karen achar que não era bem-vinda ali. Ela se sentiu inquieta e franziu os lábios. "A assistente especial Amelia me pediu pra vir te ver."

Foi Amelia que pediu que ela viesse. Se o homem não tivesse deixado a assistente ligar para Karen, ela não teria vindo?

Ele franziu a testa, e o tom dele se tornou ainda mais frio e calmo. "Bom, você já me viu. Pode voltar ao trabalho."

"Ah... Okay, então." Karen fez muita força para não demonstrar a tristeza que sentia. Em seguida, sorriu e assentiu antes de se virar para sair.

Essa mulher estava mesmo indo embora!

Kevin olhou para as costas dela. A expressão dele estava sombria, e ele parecia furioso. O jornal na mão direita estava completamente amassado a essa altura.

Quando chegou à porta do quarto, Karen parou de repente e respirou fundo. Ela se virou, olhou feio para ele, e exclamou: "Kevin, você é um filho da p*ta!"

A mulher passou a manhã toda preocupada com ele. Agora que finalmente pôde vê-lo, o homem pediu que ela fosse embora.

Em um momento como esse, o normal seria lembrá-la de que ele era o marido dela. E que tipo de marido não deixava a esposa vê-lo quando ele estava doente?

Quanto mais Karen pensava sobre isso, mais chateada e furiosa se sentia. O nariz se contraiu, e duas lágrimas cristalinas brotaram nos cantos dos olhos da mulher, que não havia conseguido se controlar.

Ela ergueu a mão e enxugou com força os olhos. Então, mordeu o lábio e disse: "Vai pro inferno. Não quero saber se você vai morrer ou não. Só finge que a gente não se conhece!"

O surto de raiva da esposa deixou Kevin chocado. Enquanto estava sem reação, ele viu as lágrimas de Karen escorrendo.

De repente, o homem sentiu um aperto no peito. A dor se espalhou pelo coração. Ele nunca havia se sentido assim antes.

Kevin ainda se lembrava de que, quando ela provocou Charlie e foi detida na delegacia, a mulher não derramou uma única lágrima. Mas agora...

"Vem cá." Sem que se desse conta disso, ele acenou para ela, e a voz dele se tornou muito mais gentil.

"O que eu sou pra você? Alguém em quem você pode mandar?" Mas Karen era teimosa. Ela não lhe daria ouvidos com tanta facilidade.

O homem ergueu as sobrancelhas. "Você não vem?"

Ela o ignorou e esfregou com força os olhos. A mulher se odiava por chorar na frente desse homem. Quando foi que se tornou tão chorona?

"Então eu vou aí." Kevin fingiu que ia tirar a agulha da mão.

"O que você tá fazendo? Quer morrer?" Karen ficou chocada e se aproximou com pressa para detê-lo.

"Se eu morrer, você vai ficar viúva", disse ele com seriedade, mas, por trás da armação dourada, era possível ver que o homem sorria com os olhos.

"Você..." A mulher não sabia que esse homem, apesar de falar com seriedade, sempre tinha as palavras na ponta da língua.

Kevin ergueu a mão e tocou o rosto de Karen. Com o polegar áspero, gentilmente enxugou as lágrimas dos olhos dela. "Vai, me fala, por que você tá chorando?"

Ela mordeu o lábio e respondeu, furiosa: "Eu tenho medo que, se você morrer, vou ficar viúva".

Kevin abaixou a cabeça e riu baixinho. Ele a abraçou e sussurrou: "Tonta!"

Você que é tonto! A sua família toda é tonta!

Karen queria muito brigar com ele, mas o homem a abraçou com tanta força que parecia até que queria esmagá-la contra o peito quente dele.

Como ele podia ser tão forte? Kevin a segurava com tanta força com uma única mão. Por mais que a mulher tentasse, ela não conseguia se soltar.

"Para de se mexer."

Ela ouviu uma voz grossa, com uma rouquidão de tirar o fôlego.

Esse simples pedido foi como um feitiço, que fez Karen perder todas as forças que tinha para resistir.

Kevin sorriu de satisfação e apoiou o queixo na cabeça dela. O cabelo dela era muito liso e macio, além de ter uma fragrância suave, que o fazia se sentir em casa.

E a mulher, no abraço dele, mordeu o lábio sem perceber e ficou irritada por ter cedido com tanta facilidade.

Ela sentiu a respiração e os batimentos cardíacos do homem. Por alguma razão, isso a acalmou.

"Jovem mestre, a comida está pronta." Tia Jen, que estava encarregada da comida de Kevin, apareceu justo nesse momento. Quando os viu juntos, ela saiu com pressa.

Kevin a soltou e perguntou: "Quer comer comigo?"

Ela assentiu.

O homem não pediu ajuda à enfermeira, então Karen teve que ajudá-lo. Ela segurou a bolsa de soro bem alto com uma das mãos, e o suporte com a outra. Ele agia mesmo como um riquinho que não ligava para nada.

Depois de chegarem à sala, a esposa sentou-se na frente dele. Kevin acenou com a mão e pediu: "Senta do meu lado".

Ela olhou disfarçadamente para a mulher que tinha preparado a comida. O sexto sentido lhe dizia que essa mulher não gostava muito dela, então Karen apenas continuou sentada lá, sem se mexer.

Kevin começou a tamborilar na mesa, como de costume. Ele apertou os olhos e não falou nada até a mulher terminar de servir a comida. "Tia Jen, não tem mais nada pra você fazer aqui. Pode ir embora."

A tia Jen abriu a boca para dizer algo, mas ela conhecia o temperamento do homem muito bem. Sendo assim, assentiu e respondeu: "Jovem mestre, jovem madame, cuidem-se".

As palavras "jovem madame" fizeram com que Karen engasgasse e quase cuspisse, tal que o belo e delicado rosto dela ficou vermelho.

Kevin viu como ela parecia surpresa e disse: "Essa mulher é a responsável pela minha alimentação. Pode chamar ela de tia Jen daqui pra frente".

Ele tinha motoristas, como o sr. Watson, assistentes leais, como Amelia e Nick, uma senhora responsável pela comida e tia Jen. Era exatamente assim que as pessoas descreviam os ultrarricos.

Kevin tinha dito que costumava fazer negócios no exterior. Que tipo de negócios, será? Por que parecia que ele não era só o diretor da Innovative Tech? Por que parecia que a verdadeira identidade dele era muito mais assutadora?

O homem acenou com a mão mais uma vez e disse: "Senta do meu lado e dá a comida na minha boca".

"Mas você consegue mexer a mão direita", disse Karen em voz baixa. A agulha estava na mão esquerda dele. Pouco tempo atrás, ele a estava abraçando com uma força extrema apesar de só ter a mão direita livre. Qual era a dificuldade de pegar a comida agora?

"É que eu como com a mão esquerda." Kevin parecia um pouco insatisfeito, mas os lábios sensuais dele se curvaram em um leve sorriso.

A mulher sabia como ele mentia bem. Quando que ela o viu comer com a mão esquerda?

Porém, considerando que ele estava doente, Karen decidiu obedecer. Afinal, como o homem disse, se algo realmente acontecesse com ele, ela ficaria viúva.

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