Casados à Primeira Vista romance Capítulo 94

Todos sabiam que Kevin tinha acabado de falar com Karen. Depois do telefonema, o Sr. Kyle pediu para voltar para Chatterton Town imediatamente.

Eles trabalhavam com Kevin há muitos anos, mas nunca o tinham visto tão rebelde.

Os líderes de vários distritos do oeste estavam reunidos para tratar de grandes negócios. No entanto, o diretor Kyle tinha estragado tudo no momento mais crítico.

Será que o sentimento de pena que Kevin sentia por Karen tinha se transformado em algo mais?

......

Depois de colocar a mãe de Karen em uma ala especial, o médico suspirou e disse: "Sra. Karen, se a sua mãe acordar, não provoque fortes emoções nela. E a violência doméstica não pode mais ser tolerada. Está na hora de acionar as autoridades. "

Karen tinha pensado em fazer exatamente isso para proteger a sua mãe, mas sabia que a mãe tinha sido educada para obedecer ao marido desde que era uma menina.

Não importa como era tratada, ela nunca pensou em reagir e não se protegeria legalmente sozinha.

Sua mãe tinha menos de cinquenta anos, mas o rosto e corpo pareciam muito velhos.

Olhando para a mãe deitada na cama do hospital com o rosto pálido e sobrancelhas franzidas, Karen não resistiu e estendeu a mão para acariciar suavemente o rosto magro.

"Mãe..." Depois de três anos, Karen a chamou novamente.

A mãe lutou para falar, com uma voz baixa e fraca: "Karen..." Ela acenou com as mãos e continuou: "Karen, corra, corra..."

"Mãe..." Karen chegou mais perto e a abraçou com força. "Eu estou bem agora, nada de ruim vai acontecer comigo, mãe, não se preocupe."

Talvez tenham sido as palavras de Karen, mas as sobrancelhas da mãe relaxaram um pouco, deixando-a com uma fisionomia menos triste do que antes.

A mãe de Karen não conseguia dormir direito. De vez em quando, ela coçava as mãos sem perceber e continuou pedindo: "Karen, corra..."

Vendo que sua mãe estava sofrendo muito, Karen queria poder aliviar aquela dor. No entanto, ela sabia que, na realidade, não tinha como ajudar.

Vendo as feridas no corpo da mãe, Karen só podia imaginar o que ela tinha vivido nos últimos três anos.

Quando ela foi embora, deixou a mãe naquele lugar infernal e passou a viver sem informações dela.

Como ela não percebeu a mágoa e a dor no coração da sua mãe? Se tivesse visto como a mãe estava indefesa, ela a teria levado junto com ela.

No entanto, não seria fácil ajudar a mãe. Mesmo se ela quisesse que a mãe ficasse com ela, Karen não sabia se a mãe estava disposta a fugir por causa do medo que sentia do marido. Os dois eram inseparáveis.

"Olá, Sra. Kyle!" Um médico bateu na porta e entrou. Ele acenou com a cabeça educadamente para Karen. "O diretor Kyle pediu que viéssemos conversar com a senhora sobre a condição da sua mãe. É uma boa hora?"

Karen concordou com a cabeça. "Por favor, não esconda nada. Quero saber de tudo."

O médico olhou para a mãe de Karen na cama e disse: "Acabamos de analisar o estado de saúde de sua mãe. Ela sofreu ferimentos graves, mas podemos ajudá-la. Também estamos preocupados com o quadro depressivo dela, que pode levar tempo e energia para ser resolvido."

Karen também olhou para a mãe e lembrou-se de que ela acabara de lhe pedir para correr. Sem dúvidas, desde que Karen deixou Beaford City, a mãe passou seus dias sofrendo.

Então, Karen se lembrou de que Charlie tinha dito que a  mãe adoeceu depois que ela foi embora e parecia que ele não estava mentindo.

O médico acrescentou: "Sra. Kyle, não precisa se preocupar com nada. O Presidente Kyle providenciou a vinda do melhor psiquiatra. Até ele chegar, vamos ajudar a sua mãe a se recuperar."

Kevin sabia apenas em qual hospital ela estava e, em uma ou duas horas, ele já tinha organizado tudo para ela.

Naquele momento, mesmo que ele não estivesse com ela fisicamente, Karen sentiu a preocupação dele com ela.

Assim que os médicos foram embora, a mãe, que estava meio acordada na cama do hospital, chorou e disse: "Karen, eu te abandonei, me perdoe..."

A mãe de Karen ficou repetindo aquela frase e Karen agora sabia o quanto a mãe lamentava por não ter ajudado a filha nos últimos três anos.

Sabendo que a mãe não estava totalmente acordada, Karen colocou a mão sob a colcha e tentou falar com um sorriso. "Mãe, eu não tinha entendido ainda, mas agora sei que você não me abandonou."

A mãe de Karen acenou com as mãos novamente e disse atordoada: "Karen, não volte para Beaford City nem para aquela casa."

"Mãe..." foi como se uma pedra fosse removida do coração de Karen.

Ela sabia que havia entendido mal a intenção da mãe, que não veio para persuadi-la a voltar para Beaford City, mas sim para proteger a filha.

"Karen... você me perdoa?" Perguntou a mãe de Karen, com cautela, de repente abrindo os olhos e olhando para a filha na sua frente.

Se Karen decidisse não perdoá-la, não teria mais paz na sua vida, portanto ela assentiu com as lágrimas escorrendo pelo rosto.

"Eu não tinha entendido, mãe. Espero que você não me culpe."

A mãe de Karen tocou o rosto da filha e disse com um sorriso: "Minha filha, você está cada vez mais bonita".

Karen enxugou as lágrimas e respondeu com um sorriso: "Porque minha mãe é linda e eu puxei à ela."

A família Daly teve duas filhas. Karen se parecia com a mãe, enquanto Kristine se parecia mais com o pai. Kristine era bonita, mas nem se comparava à Karen.

Quando Karen era jovem, ela sempre ouvia as pessoas dizendo que as filhas que eram mais parecidas com seus pais eram sempre bênçãos. Karen se perguntava se era por causa dessa teoria que a expectativa do pai em relação à Kristine era maior do que com Karen.

Karen também podia sentir que, embora ela e Kristine fossem irmãs, a mãe demonstrava certo favoritismo com ela.

"Karen... Estou tão aliviado em  ver que você está bem..." A mãe de Karen forçou um sorriso, seus olhos finos brilhando intensamente, e murmurou: "Se a Karen está bem, estou aliviada."

"Mãe, eu vou ficar bem." Karen olhou para a mãe com dor no coração, reparando nos ossos proeminentes em seu rosto.

"Karen..." A mãe chamou o nome de Karen e sorriu fracamente, depois fechou os olhos.

Karen segurou a mão da mãe com força e disse: "Mãe, você pode dormir em paz, eu não vou sair daqui. Vou estar aqui quando abrir os olhos".

Assim que Karen terminou a frase, ela ouviu alguém batendo na porta. Ela pretendia dizer "por favor, entre", mas Kevin já havia aberto a porta e entrado.

...

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Casados à Primeira Vista