Casados à Primeira Vista romance Capítulo 93

"A paciente já estava com a saúde debilitada e sofreu uma lesão grave, que a levou a um coma temporário. Precisamos tratá-la imediatamente."

A paciente já estava com a saúde debilitada!

Sofreu uma lesão grave!

Mesmo sem saber quanto tempo havia se passado, Karen só conseguia repetir o que ouviu o médico dizer antes de entrar no pronto-socorro.

Pensando nos hematomas no corpo da mãe e nos olhos doloridos e arrependidos dela, o coração de Karen doeu tanto que ela quase parou de respirar.

A vida toda, a mãe dela foi fraca e nunca teve opinião mas, apesar disso, ela sempre dera muito amor à filha.

Karen se lembrava de que, quando criança, era muito travessa e costumava machucar o joelho com frequência. Sua mãe sempre a ajudava a limpar suas feridas chorando.

A mãe era como um bebê chorão, uma mulher que usava as lágrimas para resolver problemas.

Ela era uma mãe fraca, chorona e que raramente falava alto com o marido, mas que brigou várias vezes com ele por causa de Karen.

Outra coisa que Karen se lembrava bem foi de que prometeu ficar noiva de Charlie porque, pela primeira vez, a mãe discutiu com o pai.

Karen sempre amou sua mãe, mas quando ela disse: "Deixe a sua irmã ser feliz dessa vez.", Karen sentiu que não conseguiria perdoá-la.

Se outra pessoa a traísse ou a machucasse, seria apenas mais uma pessoa. Ela poderia se defender ou até mesmo atacar.

No entanto, sua mãe era seu parente mais próximo. Ela foi criada pela mãe, era seu sangue. Como foi capaz de dizer aquilo?

Karen segurou o rosto e respirou fundo. "Por que minha mãe veio para Chatterton Town agora?"

Foi por causa do que Kristine tinha dito? Foi por ordem do pai, para persuadir Karen a voltar para Beaford City, ajudar Kristine e Charlie e ser barriga aluguel deles?

Se fosse esse o caso, a mãe não teria chorado com tanta tristeza, nem teria desmaiado no meio da rua.

Karen continuou a pensar: "Será que eu não entendi a minha mãe? Será que ela não veio aqui para me convencer a voltar para Beaford City?"

Karen estava perdida em seus pensamentos quando o telefone tocou, assustando-a.

Logo que viu as palavras "Sr. Kyle" na tela do celular, ela não se atreveu a atender. Ela estava tão preocupada que iria começar a chorar se ouvisse a voz dele.

Encarando o telefone, Karen respirou fundo, tentou se acalmar e deslizou os dedos pela tela para atender. Ela tentou falar com ele em um tom relaxado: "Sr. Kyle, aconteceu alguma coisa?"

Ele só podia ligar se tivesse acontecido alguma coisa?

Karen não viu Kevin franzindo a testa ligeiramente do outro lado da linha, apenas ouviu a voz calma dele, que aparentemente não se incomodou com as palavras de dela: "É meio-dia. Não se esqueça de almoçar."

"Está bem." Embora Kevin não pudesse vê-la, Karen ainda tentou sorrir.

Ela não tentou esticar a conversa e Kevin não sabia o que dizer. Os dois estavam ao telefone, mas em silêncio.

A luz da sala de emergência se apagou, um médico saiu de lá e explicou a Karen. "Senhora Karen, o estado da paciente não é muito favorável. Embora esteja acordada, com base em sua condição física, ela pode entrar em coma a qualquer momento."