Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 391

Eu não conseguia me livrar da memória do que eu tinha visto no porão. Os corpos sob aqueles lençóis brancos - completamente expostos - estavam cobertos por alguma substância estranha.

O pensamento revirou meu estômago.

Mesmo que ele não tivesse feito aquilo com eles, a ideia de manipular formas sem vida era perturbadora o suficiente.

"Yael, estou realmente cansada hoje", eu disse, minha voz tremendo. "Talvez possamos fazer isso outra hora. Eu—"

Ele se aproximou, cortando minha retirada com facilidade deliberada. "Chloe, não há com o que se preocupar. Eu não vou te machucar. Eu só preciso ver seu corpo. Silas danificou o seu original, e eu tenho me arrependido desde então. Esse novo corpo - é impecável. Eu quero estudá-lo corretamente."

"Yael", eu gaguejei, minha mente acelerando. "Está frio. Despir-se não é uma boa ideia agora."

"Chloe", ele respondeu, seu tom calmo. "Essa ilha é quente o ano todo. Você não vai sentir frio."

Sua mão se moveu em direção ao meu colar, os dedos roçando os botões da camisa que Carter tinha me vestido mais cedo.

"Yael, pare!" Eu gritei, meu coração batendo forte.

Com um movimento rápido, ele puxou o tecido. Dois botões saltaram, e meu ombro ficou exposto, a alça do meu top deslizando à vista.

Horror me invadiu quando percebi o que ele podia ver. As marcas que Carter tinha deixado em mim - hematomas, beijos - falavam volumes sobre a noite que tínhamos compartilhado.

A expressão de Yael escureceu. Sua voz ficou gelada.

"Chloe, seu corpo está arruinado."

O pânico me dominou. "Yael, você sabe que sou casada. É normal para um marido e uma esposa—" Minhas palavras falharam.

"Marcas como essas destroem a beleza", ele interrompeu, seu tom distante, quase clínico.

Seu foco não estava em mim como pessoa. Era sua busca implacável pela perfeição em sua arte. No entanto, a tensão na sala tornava difícil respirar.

Eu me esforcei para acalmá-lo. "Elas vão desaparecer em alguns dias. Podemos continuar quando elas se forem, ok?"

Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto, mas não trouxe conforto. "Não há necessidade de esperar. Se algo está sujo, você limpa."

"Limpar?" Eu perguntei, o medo se aproximando. "Como?"

Imagens inundaram minha mente - cenas horríveis de ser esfregada até ficar crua com uma escova rígida ou segurada em alguma tentativa cruel de pureza.

Ou talvez algo ainda pior. Um ataque tão cruel que só existia em histórias.

Antes que eu pudesse reagir, ele se inclinou e me levantou em seus braços.

Ele me segurou mais forte, sua voz baixa. "Não se mexa, Chloe. Eu não posso prometer o que posso fazer se você lutar. Você é tão bonita, e eu ainda sou um homem."

Meu corpo congelou. O medo prendeu cada músculo no lugar. Eu não ousava me mexer, nem mesmo ousava respirar.

Uma risada silenciosa flutuou de cima de mim. "Chloe, você é tão doce. Sinto vontade de te beijar."

"Você não sente", eu disse bruscamente, encontrando seu olhar.

Pelo menos ele não estava consumido pelo desejo da maneira como estava obcecado por sua arte. Suas palavras poderiam me perturbar, mas ele nunca cruzava aquela linha.

Ainda assim, qualquer sensação de alívio evaporou quase imediatamente. Eu me vi incapaz de sorrir ou até mesmo chorar. Meu corpo parecia ter sido drenado de qualquer resposta.

Ele me carregou sem esforço para outra sala. Essa não era nada como as outras. Em vez de esculturas, estava cheia de prateleiras de frascos, dispositivos estranhos e pilhas de frascos.

A visão fez meu estômago revirar. Os avisos de Carter sobre Bloodshade voltaram à tona - um grupo de supostos gênios que prosperavam em segredo, criando drogas perigosas e ilegais que o mundo nunca veria.

Yael passou pelo laboratório e entrou no que parecia ser um banheiro.

Sem dizer uma palavra, ele me colocou em uma grande banheira. O pânico me invadiu quando instintivamente tentei sair.

Sua voz me parou friamente. "Chloe, se você correr, terei que cortar suas pernas. Assim, você se comportará."

Congelei, meus dedos agarrando a borda da banheira. Forcei-me a ficar calma, mesmo quando o medo me atormentava. "A banheira está suja", gaguejei, procurando algo - qualquer coisa - para desacelerá-lo. "Precisa de limpeza."

Ele inclinou a cabeça e me deu um olhar que parecia quase divertido. Então ele estendeu a mão, acariciando minha cabeça como se eu fosse algum tipo de animal de estimação. "Você está certa. Isso é minha culpa. Fique aqui, e eu vou limpar direito. Não se mexa, Chloe."

Minhas pernas se recusaram a obedecer qualquer impulso de fugir. Pelo que eu sabia, câmeras estavam escondidas em cada canto deste lugar. Correr sem entender o layout seria tolice.

"Tudo bem", murmurei, minha voz apertada. "Não vou me mexer."

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