Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 535

O sangue que escorria da ferida de Luke manchou a barra do meu vestido branco, tingindo-o de vermelho escuro. Apesar da cena avassaladora do sangue e da gravidade da situação, ainda conseguiu sorrir para mim, com uma expressão suave e reconfortante.

“Chloe, está tudo bem. Não chore”, disse ele suavemente, tentando me confortar, mesmo enquanto sua vida escorria entre seus dedos.

Wisteria, claramente pega de surpresa, não conseguia acreditar que Luke, alguém tão egoísta, realmente tivesse se colocado na frente para me proteger. Ela arrancou a faca do corpo dele com brutalidade, espirrando sangue no meu rosto e borrando minha visão.

A mão dele se esticou e agarrou a arma, e antes que ela pudesse fazer outro movimento, ele disparou.

Bang!

O tiro acertou-a em cheio no peito. Embora não tenha desmaiado, estava claro que o impacto a havia derrubado, tirando-lhe o ar. Mas ainda parecia determinada a me matar.

Luke puxou o gatilho novamente, e desta vez, a bala acertou suas pernas, fazendo-a cair no chão.

“Sra. Carlyn!” A empregada correu até ela, sua voz cheia de pânico enquanto tentava segurá-la.

Mesmo com o corpo de Wisteria imóvel, o ódio que ela sentia por mim ainda estava evidente em seus olhos. Apesar do ferimento, continuava tentando rastejar em minha direção, determinada a me alcançar.

“Ch-Chloe... Irmã...”, ofegou, com sangue escorrendo pelo canto da boca.

Nos seus últimos momentos, me chamou de “Irmã”, um lembrete assustador do laço estranho que tivemos. Suas palavras ecoaram na minha mente, mas eu não conseguia me concentrar nelas agora.

Eu me agachei, puxando Luke para meus braços. Sua ferida era semelhante àquela que ele sofrera em nossa vida passada, a faca havia perfurado seu rim, e o sangue jorrava da ferida de forma constante.

Desesperada, pressionei minhas mãos contra a ferida, tentando estancar o sangue, mas tudo o que conseguia fazer era espalhar o sangue pelas minhas palmas.

“Luke! Onde está seu celular? Vou chamar uma ambulância!”

Ele me deu um sorriso fraco, embora seus olhos estivessem cheios de dor. “Não precisa, Chloe. Eu já tirei um rim há muito tempo. Só sobrou um agora.”

Eu, incrédula. “Não, isso não pode estar certo! Os médicos não disseram que sua condição não era grave? V-Você não pode...”

Ele levantou a mão, tremendo um pouco, e suavemente acariciou meu rosto. “Chloe, eu não tenho medo de morrer. Esses últimos meses foram como se eu já tivesse partido. Agora, posso finalmente ser livre.”

Lágrimas turvaram minha visão enquanto eu balançava a cabeça. “Não, você pode sobreviver a isso. Você ainda pode conseguir!”

O sorriso dele se suavizou, cheio de uma calma aceitação que eu não estava pronta para encarar. “Eu já escrevi meu testamento. Tudo vai para o Everett e para a Everly. Até comprei uma lápide ao lado da Joy, quando eu me for, por favor, me enterre lá... ao lado dele.”

“Não!”, gritei, meu coração se despedaçando. “Você não pode dizer isso, Luke! Você me deve tanto. Você tem que viver! Você tem que!”

“Chloe, seja nesta vida ou na passada, você sempre foi tão boa. É doloroso para mim admitir que não mereço sua bondade. Mas pelo menos tem o tio Carter. Ver vocês dois juntos e felizes me dá paz de espírito.”