Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 549

Anna não fazia ideia do que a aguardava. Tudo que sabia era que Taylor prometeu que ela poderia voltar pra casa assim que melhorasse, então estava decidida a se recuperar o mais rápido possível.

Apesar de muito nova pra entender toda a situação, ela percebia que Taylor e Yael não eram pessoas ruins e se sentia segura perto deles.

Logo, ela e Yael estavam rolando pelo chão, brincando juntos.

Taylor desviou o olhar por um instante e, ao se virar novamente, viu os dois sentados no meio de uma montanha de lanches.

Anna tinha desenhado um enorme padrão em Yael com canetinhas aquarela.

Yael virou a cabeça, parecendo um fantasminha.

Os dois mastigavam batatinhas e pipoca como dois hamsters, com os estalidos dos petiscos ecoando, enquanto o chão estava coberto com restos da ‘batalha’.

Acostumada a ser mimada por três babás, Anna não via problema nenhum na bagunça. Usando um vestido rosa e com o cabelo solto, ela correu até Taylor com um sorriso radiante.

“Taylor.”

Toda a irritação que ele sentia se dissipou na hora. Ao olhar para a garotinha abraçada à sua cintura, ele afagou gentilmente sua cabeça. “Por que você desenhou no Yael assim?”

“Não ficou mais fofo?”

Taylor olhou com mais atenção e percebeu que ela não tinha desenhado um fantasma, mas sim uma abelha, com anteninhas e tudo. Ele assentiu. “Ficou muito fofo.”

Ao notar o cabelo dela todo embaraçado, com uma mecha rebelde espetada pra cima, ele achou a cena ainda mais adorável.

“Você não sabe pentear o cabelo?”

“Não. Em casa, a Sra. Lambert, a Chloe ou a mamãe sempre fazem isso pra mim. Quando elas não estão, até o Jake, que é todo desajeitado, ajuda. Você pode me ajudar?”

“Eu?”

Taylor nunca tinha trançado o cabelo de uma menina, mas com aqueles olhos brilhando de esperança pra ele, não teve coragem de dizer não. “Tá bom, vou tentar.”

Ele já tinha visto a Wisteria trançar o próprio cabelo e achou que parecia fácil.

Mas na hora de fazer, nada dava certo. Ou a trança ficava torta, ou alguns fios escapavam.

Depois de meia hora tentando, Anna olhou pras duas marias-chiquinhas tortas e sorriu feliz. “Fica tranquilo. Com prática, você vai melhorar. Pra primeira vez, ficou incrível.”

O incentivo puro dela aqueceu o coração dele.

Mas então, Anna lembrou de algo. “Meu resfriado já passou. Posso ir pra casa amanhã?”

O rosto de Taylor se enrijeceu.

Ela segurou a mão dele e balançou, sorrindo. “Vai me visitar em casa, tá? Tenho três irmãos e uma irmã. Eles vão adorar você.”

A pobre menina ainda não fazia ideia do seu destino.

“Desculpa, você ainda não pode ir embora.”

Os olhos dela se apagaram na hora, e ela olhou pra ele com tristeza. “Por quê?”

Taylor lambeu os lábios, relutante em dizer a verdade. “Seus pais querem que você se torne mais independente. Por isso, planejaram que você ficasse longe por um tempo.”

O coração de Anna apertou. “Eles não me abandonaram, né?”

“O Yael tá bem? A tinta não sai?”

Sentindo-se culpada, Anna apertou o vestido com as mãos e pediu desculpas timidamente. “Desculpa... Achei que fosse igual às canetinhas de casa, que saem fácil com água. Eu não queria...”

“Tá tudo bem. Ele só gosta de gritar. Nem tá doendo de verdade.” Taylor sorriu, acariciando a cabeça dela com carinho. “Seu desenho ficou ótimo. Você tem talento. Eu e o Yael adoramos.”

“Sério?”

“Sério. Mas agora tá tarde. Vai escovar os dentes e deitar.”

“Tá bom!”

Com um pulinho animado, Anna saiu correndo.

Assim que a porta se fechou, o sorriso de Taylor sumiu. Com uma esponja de banho e uma escova nas mãos, ele se virou pra Yael. “Se não estiver limpo até à noite, pode esquecer de dormir.”

Apavorado, Yael se encolheu no canto da banheira.

Taylor levou duas horas exaustivas pra limpar o garoto. No fim, estava morto de cansaço.

Suspirando fundo, tomou um banho rápido e se preparou pra descansar.

Depois de cuidar da Anna e do Yael, e ainda estudar por conta própria, Taylor sentia o peso da responsabilidade nos ombros. Apesar de ser só alguns anos mais velho, já carregava um fardo enorme.

Quando saiu do banheiro, encontrou a garotinha parada ali, abraçando um travesseiro enorme, os pés descalços sobre o carpete, segurando a camisa dele com lágrimas nos olhos.

“Taylor, eu tive um pesadelo. Tô com tanto medo... Dorme comigo?”