Taylor estava sentado na varanda da fazenda, com uma garrafa de cerveja na mão e os pés cruzados sobre a mesinha rústica de madeira. A noite estava calma, um calor suave, cheiro de grama cortada, o silêncio pontuado apenas pelos grilos e pelo som distante de uma coruja. Era o tipo de noite que ele amava. Solitária, serena, longe do caos do mundo corporativo.
Até o celular vibrar sobre a mesa e esse foi o primeiro erro da noite.
Ele ignorou. Mais uma vibração. Depois outra. E outra.
Bufou.
— Se for minha mãe de novo com ideia de lista de casamento, eu sumo no mato por uma semana.
Mas não era sua mãe. Era Catarina, sua irmã.
E havia uma mensagem com um link.
“Dá uma olhada nisso. Urgente.”
Taylor clicou sem entusiasmo. O vídeo carregou direto do I*******m de um perfil de fofocas sociais de Manhattan.
A boate estava escura, cheia, as luzes estroboscópicas piscando. A câmera girava até capturar ela. Lila Montgomery. No centro da pista de dança usando um vestido rosa-choque, curto, colado e um salto assassino. Seus cabelos soltos dançavam no ritmo do corpo, que, aliás, se movia com a confiança de uma mulher que havia enterrado a noiva obediente e ressuscitado como uma deusa da guerra.
Mas não era só isso.
Ela dançava com dois homens. Um sussurrava no ouvido dela e o outro encostava demais. Ela jogava a cabeça para trás, rindo. E, em seguida, pegava um drink, brindava com a amiga ruiva ao lado e jogava um beijo para alguém fora da câmera.
A legenda?
“Lila Montgomery no Velvet Room comemorando seu noivado… ao estilo dela. Fontes dizem que o sortudo é ninguém menos que o cowboy mais sexy da América: Taylor Remington Miller.”
Taylor congelou.
A raiva veio como uma corrente elétrica que subiu direto do calcanhar à nuca.
Ele largou a cerveja com força e levantou tão rápido que quase derrubou a cadeira.
— Ela ta querendo me fazer de idiota?
Ele abriu o I*******m.
Outros vídeos, outras fotos. Uma sequência inteira. Gravações em que ela gargalhava, rebolava, sentava no colo de um desconhecido só para rir na cara da câmera.
“Indomável”, diziam nos comentários.
“Rainha sem coroa.”
“Taylor que lute.”
Ele apertou o maxilar até doer.
Foi até o quarto, pegou as chaves da caminhonete, vestiu a jaqueta jeans e falou alto para ninguém:
— Vai bancar a rebelde? Beleza. Mas essa palhaçada termina hoje.
O motor da caminhonete rugia enquanto ele rasgava a estrada. O relógio no painel marcava quase uma da manhã. Mas ele não ligava. A fúria no peito o mantinha acordado. O volante tremia sob a pressão das mãos.
— Bosta de mundo hipócrita… — murmurava. — Falam de tradição, mas empurram a gente para um circo. E ela? Ela dança no meio de Manhattan como se estivesse solteira. Como se não soubesse o que está em jogo.
A cidade se aproximava como um soco de luzes. O skyline de Manhattan cortava o céu noturno com arrogância.
Taylor não era feito para aquele mundo. Mas naquela noite, ele entraria nele como um furacão.
A boate Velvet Room era um templo de exageros. O letreiro azul-néon piscava em provocação. A fila de gente bonita se arrastava pela calçada. Carros de luxo estacionavam um atrás do outro.
Taylor Miller desceu da caminhonete como um general indo para a guerra.
Botas de couro, jeans surrado, camisa escura com as mangas dobradas e o chapéu jogado para trás, preso pela aba na nuca.
Os olhares se voltaram para ele e a segurança se aproximou.
— Senhor, o senhor tem…
Ele passou reto.
— Dá licença.
O segurança tentou bloquear a entrada, mas Taylor o encarou com a mesma expressão que usava com touros rebeldes.
— Vai mesmo impedir o noivo da estrela da noite?
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