CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 606

Renata não esperava que, ao levantar os olhos, visse Eduardo no meio da multidão, quando ele deveria estar no país neste exato momento.

Hoje não era feriado e o museu não estava muito cheio. Entre um grupo de estrangeiros loiros de olhos azuis, o rosto oriental de Eduardo destacava-se enormemente. Sua altura imponente e aparência atraente atraíam sussurros excitados de várias moças.

No entanto, tudo isso se tornou apenas um pano de fundo aos olhos de Renata.

A presença de Eduardo ali era completamente inesperada.

Ele, vendo Renata paralisada no lugar, avançou com passos largos em sua direção. O homem outrora cheio de dignidade, ao se aproximar dela, transformou-se instantaneamente em uma figura lamentável, como um filhote de cachorro abandonado que percorreu milhas para encontrar sua dona.

Assim que abriu a boca, foi para reclamar: “Você não atende minhas ligações, nem responde minhas mensagens.”

Renata suspeitava que, se não estivessem em público, ele certamente estaria com a cabeça apoiada em seu ombro.

“…”

Ela ainda estava irritada por ele ter escondido coisas dela, mas assim que ele falou, a raiva que ela vinha guardando por dois dias evaporou-se em grande parte. Não só isso, ela até quis passar a mão em sua cabeça.

Ela achou Eduardo meio adorável, o que era isso?

Mas permitir que ele saísse impune também a deixava insatisfeita. Querendo repreendê-lo, ela não tinha coragem.

Esses dois pensamentos conflitantes disputavam em sua mente, sem que nenhum prevalecesse.

Ela sussurrou, tentando controlar a voz: “Eu estou trabalhando agora, mantenha distância.”

Sua presença ali, seguindo-a, seria mal visto pelos colegas.

Eduardo aproveitou a oportunidade para fazer um pedido: “Então, jantamos juntos à noite.”

Após dizer isso, ainda estendeu a mão, e, aproveitando que ninguém estava olhando, enganchou o dedo mindinho dela.

O lugar onde ele a tocou sentiu como se tivesse sido eletrocutado, uma sensação formigante se espalhando pelo braço.

Um terço da capacidade de raciocínio de Renata foi anulado instantaneamente. Ela não olhou para Eduardo, apenas disse duas palavras: “Não vou.”

Ela tinha um jantar de confraternização à noite.

Eduardo ficou ansioso: “Renata, eu e Lívia Amorim realmente não temos nada, você acredita em mim.”

Renata revirou os olhos para ele, voltando sua atenção para as exposições, deixando-o continuar falando sem parar: “Renata, pedi para Nicolas trazer suas roupas de volta, por favor, não fique brava comigo, tá bom?”

Vendo que Renata não respondia, ele recuou um passo: “Mesmo que esteja brava, não me ignore. Eu tinha acabado de sair do Jardim das Oliveiras quando a vi sendo importunada por alguns cobradores, e apenas intervim para ajudar.”

Ele contou detalhadamente sobre aquela noite: “Ela estava fazendo um bico no Jardim das Oliveiras, e suas roupas foram rasgadas. Era muito tarde, e não era seguro para uma moça voltar para casa daquele jeito, então, dei minhas roupas a ela.”

Tentando convencê-la, ele disse apressadamente: “Se você não acredita, pode perguntar ao Alfonso, ele estava lá. Eu e aquela mulher realmente não temos nenhum relacionamento ambíguo. Pedi que ela jogasse as roupas fora, e nem imaginei que ela as guardaria. Mas isso não pode ser considerado minha culpa, né?”

Se soubesse que isso causaria tal mal-entendido, preferiria ter levado as roupas de volta e queimado.

Eduardo explicava freneticamente, quase jurando pelos céus, quando percebeu que Renata estava ouvindo um colega discutir sobre uma coluna à sua frente, escutando com grande interesse.

“…” Ele respirou fundo, preferindo, na verdade, estar respirando oxigênio.