CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 607

Eduardo falou baixinho em defesa, "Foi você quem me beijou primeiro."

Ele simplesmente não conseguiu se conter.

Naquele momento, ele pretendia levar Renata para casa, mas, ao pensar na situação dela na Família Soares e temendo que alguém a visse embriagada e a dificultasse, decidiu levá-la a um hotel.

Depois de colocá-la na cama, Eduardo baixou o olhar, fixando-se nos delicados traços do rosto da mulher, hipnotizado por seus olhos embaçados e pelas bochechas tingidas de um rubor de embriaguez. Quando se deu conta, as mãos de Renata já o envolviam pelo pescoço.

Ela semi-cerrou os olhos, que brilhavam intensamente, como estrelas.

Levantando a cabeça, seus lábios cheios e úmidos se aproximaram lentamente dele. Eduardo sentiu o doce aroma de vinho frutado em sua respiração, além do cheiro de shampoo de pêssego em seus cabelos.

Ele poderia ter se esquivado?

Sim, se ele quisesse, nem precisaria fazer muito esforço.

As mãos que o envolviam eram tão frágeis e delicadas, parecendo que um simples movimento faria com que deslizassem para longe dele; no entanto, eram também incrivelmente pesadas, tão pesadas que, mesmo utilizando toda a sua força de vontade, ele não conseguiu evitar inclinar a cabeça e beijar os lábios vermelhos que tanto havia desejado.

Eduardo não sabia se Renata o confundia com Vinicius ou se era apenas o efeito do álcool, mas, de qualquer forma, ela se aproximou dele.

Ele, que tanto almejara esse momento, não tinha como recusar.

Afinal, quando sóbrios, eles mal se conheciam.

Durante toda a festa de aniversário, para ela, ele era quase invisível, tão insignificante quanto um botão decorativo no sofá, menos notável que um microfone.

Renata não esperava que, quando Eduardo finalmente falasse, revelaria algo tão impactante...

Ao acordar no dia seguinte, ela só viu marcas de beijos em seu pescoço, sem lembrança alguma da noite anterior. Agora, com Eduardo dizendo que ela havia iniciado, ela teve que aceitar relutantemente, "Eu era tão jovem, você é um monstro?"

"Você já era maior de idade," disse Eduardo, notando a expressão sombria dela, "Eu só dei um beijo, não fiz mais nada."

Renata ficou sem palavras, querendo se irritar, mas considerando o relacionamento atual entre eles, talvez... um beijo não fosse tão grave.

E, sabendo agora que não foi Vinicius quem a beijou, de certa forma, ela se sentia aliviada.

Mas ela sabia que as coisas não se resolviam assim.

Renata, "Então por que você não me disse depois?"

Mesmo que apenas mencionasse, ela não teria que esperar até o divórcio para descobrir que Eduardo sempre foi apaixonado por ela. Talvez eles já estivessem juntos, evitando tantos desvios.

Eduardo, "Mencionar o quê?"

"Ser sua... namorada, ou dizer que gosta de mim."

Mas Renata parou depois de apenas duas palavras. Se naquela época Eduardo a tivesse perseguido, ela certamente não teria aceitado e teria se afastado para não dar a Vinicius a impressão errada.

Eduardo sorriu, "Você não teria aceitado. Não apenas isso, mas você teria se afastado por causa da relação entre mim e Vinicius, e então eu nem seria mais um botão decorativo para você."

"Que botão decorativo?" Renata não entendeu sua última frase, mas a primeira já era suficiente para amolecer seu coração.

Mesmo sendo um favorito mimado, ele parecia tão vulnerável.