Case-se comigo romance Capítulo 47

GÊNESIS

Acreditar que eu estava seguro era a última coisa em meus pensamentos. Samantha ainda estava livre e morando na mesma casa que eu. De alguma forma, um criminoso havia se infiltrado na casa e foi morto antes que pudesse contar a verdade. Eu não me sentia seguro, sentia que ela tinha mais coisas em suas mangas e não pararia até que eu estivesse morto ou fora da casa. Como eu poderia me sentir seguro com uma mulher assim na minha casa?

Rolei na cama, gemendo alto porque tentei dormir, mas não consegui. Eu tinha esse medo dentro de mim que me impedia de dormir e estava me consumindo lentamente.

Depois de muito tempo rolando na cama, percebi que não conseguia dormir, então decidi descer e comer algo. Isso havia se tornado uma rotina normal para mim e, em pouco tempo, eu estava me levantando da cama e caminhando em direção à porta.

Quando abri a porta e saí, um grito escapou da minha boca e meu coração deu um salto de mil milhas ao ver duas silhuetas masculinas.

-Senhora-, um dos homens do lado de fora da minha porta chamou, chocado e confuso ao se virar para mim. Mas eu rapidamente reconheci um deles e o encarei. Senti um pouco de alívio ao vê-lo.

-O que vocês estão fazendo aqui?- Perguntei ofegante, com as mãos no peito, e eles imediatamente baixaram a cabeça, desviando os olhos de mim e os fixando no chão.

-Protegendo... você-, disse um deles hesitante, e eu me acalmei um pouco. Olhei para os dois, ambos estavam vestidos com o uniforme normal dos guardas.

-Por quê? Eu não pedi por vocês-, respirei fundo naquele momento para reduzir meu estresse.

-O chefe pediu-, eles disseram em coro e meu coração deu um salto.

-Ohh...- Foi a melhor coisa que pude dizer. Foi chocante saber que Jordan poderia tê-los pedido para me vigiar da porta do meu quarto. Eu não entendia por que ele estava agindo como se se importasse, eu não queria que ele agisse assim. Isso quebrava a maioria das barreiras e frieza que eu tinha em relação a ele e eu não queria isso. Eu queria permanecer forte e resistente o suficiente e sabia que não seria capaz de fazer isso se ele começasse a agir tão cuidadosamente.

Saí do meu quarto e caminhei até a cozinha. Passos ecoavam alto atrás de mim e, quando me virei, os guardas da minha porta estavam me seguindo. Adivinhei que eles haviam recebido ordens para fazer isso, então deixei. Tê-los por perto acalmava um pouco a inquietação em meu coração e me fazia sentir um pouco segura. Peguei alguns biscoitos e leite na geladeira e comecei a comer. Enquanto ouvia absolutamente nada. A casa estava silenciosa e quieta naquele momento e eu me sentia como uma intrusa por estar acordada tão cedo. Mas já não era mais minha culpa que eu não conseguia dormir, era exaustivo, mas eu não podia evitar.

Estava na metade do meu lanche da meia-noite quando alguém se aproximou e sentou ao meu lado. Não me virei para ver quem era porque percebi seu cheiro e meu coração deu um salto. Engolir o biscoito na minha boca de repente se tornou tão difícil, ele não descia e o ar ao meu redor parecia diferente.

Jordan me entregou meu copo de leite quando percebeu minha inquietação e eu o peguei. Bebi um gole e permiti que me ajudasse. Ele me observava, eu podia sentir seus olhos observando cada movimento meu e era tão desconfortável. O ar no quarto parecia ter mudado de repente com a presença dele e eu queria sair. Eu estava desconfortável com ele por perto, estava com raiva dele por perto, me sentia estúpida quando ele estava por perto, então disse a ele para ficar longe. O que havia de tão difícil nisso?

Depois de terminar o biscoito à força que estava no meu prato, levantei imediatamente, feliz em deixá-lo sozinho. Coloquei a louça na lava-louças e me virei apenas para vê-lo me encarando.

-Podemos assistir a um filme se você não conseguir dormir-, ele disse. Sua voz suave ecoou pela casa silenciosa e me fez tremer.

-Não, obrigada-, eu simplesmente disse e saí da cozinha.

-Você pode não conseguir dormir de jeito nenhum e você sabe disso. Por que perder tempo rolando na cama quando há uma sala de cinema?- Ele disse e eu parei. Um suspiro pesado escapou dos meus lábios quando entendi que o que ele estava dizendo fazia sentido e seria um grande alívio para mim, mas eu não queria aceitar a oferta dele. Porque estava vindo dele.

-Estou apenas tentando ajudar-, ele acrescentou, como se pudesse ler meus pensamentos perturbados sobre ele. E me virei, ele não estava tão longe de mim e parecia sério.

-Ok-, respondi e seus lábios se curvaram em um sorriso. Meu coração deu um salto de um milhão de milhas. Ele era um homem bonito, tão bonito, eu podia ouvir meu próprio coração batendo dentro do peito e minhas bochechas ficando vermelhas. Desviei meus olhos dele e os fixei em outra coisa.

-Por aqui então-, ele ordenou e se virou para as escadas. Eu o segui, mas parei quando ele virou para a ala direita. Jordan me trouxe muitas lembranças ruins naquela ala, lembranças que estavam presas na minha cabeça, me lembrando do fato de que ele poderia ser um idiota.

-A sala de cinema é por aqui mesmo-, ele se virou para mim e eu neguei com a cabeça.

-Acho que não vou assistir ao filme então.

-Por quê?- Ele questionou e o encarei.

-É a ala direita-, respondi e foi a vez dele suspirar e desviar o olhar. Eu não conseguia dizer se ele fazia isso por culpa e remorso ou puramente por exaustão e frustração.

-Tem uma lá embaixo, você quer essa então?- Ele perguntou com a voz mais baixa do que antes. Parecia que ele estava decepcionado com algo.

-Sim-, respondi rapidamente. Então ele ergueu a cabeça para mim novamente e forçou um sorriso antes de voltar para baixo das escadas.

Durante todo esse processo, os guardas me seguiram sem parar. Eu segui Jordan até a sala de estar e até o canto da sala que estava coberto por uma enorme cortina cinza. Ele a empurrou para o lado e uma porta se revelou. Então Jordan abriu a porta e entrou, e eu fiquei chocada ao pensar que algo assim poderia estar na minha casa sem que eu soubesse. Eu olhei através dela de onde eu estava, mas estava muito escuro e eu fiquei do lado de fora, com medo de entrar. Então Jordan acendeu a luz e se virou para mim, me instigando com os olhos a entrar. Eu fiz exatamente o que ele disse e entrei no grande cinema que ele tinha. Era espaçoso e uma enorme TV estava pendurada no final da sala. A única diferença era que havia sofás compridos e havia apenas quatro na sala. Eu fui até o sofá que me acalmou e sentei enquanto Jordan se aproximava da TV para colocar um filme. Poucos minutos depois, ele veio até onde eu estava e sentou ao meu lado. Um guarda apagou a luz e ficou extremamente escuro novamente, com apenas a luz da TV. Um filme começou a tocar, começou com uma contagem regressiva. Eu assisti enquanto a contagem regressiva terminava e a TV ficava preta.