Case-se comigo romance Capítulo 48

JORDAN

Acordei quando senti algo pesado em minhas mãos e tentei mexer minha cabeça, uma dor aguda me atingiu e meu corpo inteiro sentiu a mesma dor. Eu dormi em uma posição muito desconfortável e isso resultou em por que eu sentia tantas dores por todo o corpo. Meus olhos se voltaram para minhas mãos, que pareciam pesadas por algum motivo. Então eu vi Genesis segurando meu braço como se fosse um travesseiro que ela pudesse abraçar.

Eu a olhei com alívio no coração antes de verificar a hora. Já eram 8h da manhã e eu tinha tantos planos para aquele dia. Eu não tinha ido ao escritório há dias e precisava pelo menos trabalhar em casa se não quisesse que as coisas desmoronassem sobre mim. Mas a primeira coisa em minha mente era colocar um sorriso no rosto de Genesis. Eu tinha que fazer algo que eu sabia que ela gostaria, algo que a deixaria extremamente feliz.

Eu me virei para a mulher que estava dormindo tão pacificamente. Tirei suas mãos das minhas lentamente e levantei de onde eu estava deitado ao lado dela, resistindo à vontade de gemer. Meu corpo doía no momento em que me levantei e não pude deixar de me culpar por não ter me deitado corretamente. Fui até a porta em silêncio e a abri lentamente da maneira mais silenciosa possível e saí do quarto dela. Os guardas que eu tinha designado ainda estavam em pé perto da porta, exatamente como eu ordenei, e se curvaram no momento em que saí.

-Não deixem ninguém entrar, não quero que ela seja perturbada-, ordenei e me afastei.

Desci as escadas e vi que Margaret já estava preparando o café da manhã com algumas outras empregadas.

-Bom dia, senhor-, ela se curvou quando me viu e eu assenti com a cabeça. Mas meus olhos permaneceram nela um pouco mais por uma razão estranha. Eu a conhecia desde muito jovem, ela envelheceu ao longo dos anos e tinha rugas no rosto. Culpa encheu meu coração quando pensei em quanto ela tinha crescido em minha casa, cuidando de mim, e em troca eu não prestava atenção nela ou em qualquer outra coisa.

-Como você está?- perguntei a ela pela primeira vez em muito tempo e seus olhos se voltaram para mim. Seus olhos se arregalaram para mim, mas ela sacudiu a cabeça e desviou o olhar, colocando os olhos no chão como todos os outros funcionários que eu tinha.

-Estou bem... senhor-, ela gaguejou.

-Sua comida... sua comida está pronta-, ela acrescentou e enxugou as lágrimas dos olhos. Ela rapidamente começou a arrumar os pratos e fez de tudo para não olhar para mim.

-Não se preocupe com isso, vou comer quando voltar. Eu só vim aqui para dizer para você permitir que Genesis durma o máximo que puder, ninguém deve perturbá-la ou entrar em seu quarto até que ela acorde.- Dei a ela as mesmas ordens que dei aos guardas e ela se virou para mim imediatamente. A expressão surpresa em seu rosto quando perguntei sobre ela foi a mesma expressão surpresa que ela teve quando dei as ordens.

-Sim, senhor...- ela respondeu e eu me virei de volta para as escadas.

Pela primeira vez, depois de descobrir as notícias perturbadoras que envolviam Samantha, voltei para o quarto do meu mestre e a encontrei andando de um lado para o outro. Quando ela me viu entrando, parou e me encarou. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia não ter dormido a noite toda. No momento em que ela me viu, lágrimas correram pelo seu rosto e ela desviou o olhar. Meu coração apertou ao vê-la, isso me deixou exausto, dolorido e com raiva ao mesmo tempo. Ainda não conseguia olhar para ela da mesma maneira que sempre fiz. Eu a amava, mas ela me machucou e fez algo tão errado, ela fez algo que eu nunca esperava que ela fizesse e machucou outro ser humano, a coisa que eu nunca pensei que minha Samantha faria. Eu a ignorei e fui em direção ao banheiro, sem nem ao menos olhar para ela ou me incomodar em falar com ela.

Tomei um banho bem quente. Mesmo enquanto deixava a água escorrer pelo meu corpo, pensamentos sobre minha surpresa para Genesis preenchiam minha mente. Pensei na primeira vez que a vi e em tudo o que aconteceu depois, também pensei na noite anterior e em como a vi sorrir. Não sei por que ela era a única pessoa em quem eu estava pensando, mas acho que sentia pena dela, pena de tudo o que ela teve que passar.

Quando terminei meu banho, sequei meu corpo antes de enrolar a toalha em volta da cintura e sair do banheiro. O vapor que saía do banheiro preenchia o quarto e Samantha ainda estava parada na posição em que a deixei. Caminhei até meu guarda-roupa e escolhi um terno para vestir e o coloquei na cama antes de me virar para o espelho.

A reflexão de Samantha foi a primeira coisa que vi ao me virar para o espelho. Ela imediatamente se aproximou de mim e me abraçou por trás, pressionando o rosto contra minhas costas.

-Desculpe, me desculpe, está bem-, ela chorou.

-Eu cometi um erro, não deveria ter ido tão longe para me livrar dela... não deveria. Mas acredite em mim... quando eu disse... eu fiz isso por nós. Eu não tinha opção, não suportaria vê-lo casado com ela... Mas eu sinto muito, percebi meu erro, eu fiz...

Eu afastei as mãos dela de mim e me virei para ela antes que ela terminasse sua declaração. Suas lágrimas não me comoviam nem acalmavam a raiva em meu coração. Ela me colocou em uma situação difícil e mesmo meu amor por ela não estava me acalmando completamente.

-Você realmente estava arrependida?- perguntei a ela, lembrando daquela manhã. Vi o sorriso em seu rosto quando atiraram no cara que ela havia contratado. Vi ela fingir não ter nada a ver com o que estava acontecendo e até me disse que não se importava com o que acontecia com ela. Não sei por que estava lembrando de tudo, mas esses pensamentos me fizeram entender que ela estava mentindo. Ela nunca teria dito nada se eu não a tivesse pego, nem teria parado se eu não a confrontasse sobre a verdade. E mesmo quando fiz isso, ela mentiu na minha cara e repetidamente mentiu até que eu arranquei a verdade dela.

Pensar em todas essas coisas fez meu sangue ferver de raiva. Ela não respondeu à minha pergunta e isso só piorou as coisas. Me virei de volta para o espelho e apliquei loções e coisas no meu corpo antes de ir até a cama onde deixei minhas roupas. Peguei-as e as vesti o mais rápido que pude. O quarto não era mais confortável para mim. Mas mesmo quando me preparava para sair, ouvi os soluços baixos de Samantha. Virando-me para a porta, caminhei rapidamente em direção a ela e Samantha correu para minhas costas novamente e envolveu as mãos em volta de mim. Eu endureci com seu toque e ainda sentia minha raiva crescendo dentro de mim.