Desde que pisamos nos Emirados, Raed está quieto. Eu finjo examinar a paisagem árida, quando na verdade evito o olhar dele, que o tempo todo está muito intenso sobre mim. Ele parece mais austero agora. Talvez seja paranoia da minha parte, mas ele parece preocupado com algo.
À medida que o carro se aproxima dos enormes portões, estes se abrem. Eu olho para ele.
— Lindo o lugar.
Ele acena com a cabeça.
Logo vejo uma construção imponente. Uma senhora e alguns empregados nos aguardam. O palácio é realmente lindo, majestoso. As construções são interligadas por pátios e jardins.
Os empregados trajando seus uniformes vêm receber-nos. Raed sai do carro quando sua porta é aberta por um deles. Ele me ajuda a descer.
—Isabela. Seja bem vinda. —A senhora diz.
—Se apresente a ela. Isabela não se lembra de você Hamira.
Ela sorri sem graça.
—É verdade. Eu sou Hamira, a governanta.
—Prazer em conhecê-la.
Ela dá um sorriso nervoso e entra.
Os empregados o saúdam com alegria. Eles parecem gostar dele. Quando entramos na sala, sinto o frescor. É bom deixar o calor asfixiante para trás.
— Vem, vamos ao nosso quarto.
Meu coração se agita quando ele fala “nosso”. Conforme caminhamos eu tenho um sentimento estranho. Um misto de ansiedade e tristeza que eu não sei de onde vem.
Raed me olha o tempo todo com a sobrancelha erguida.
—O que foi?
—Nós fomos felizes aqui? —Pergunto enquanto caminhamos pela casa.
Raed desvia os olhos dos meus, como se buscasse alguma resposta, mas ele parece não saber qual me dar.
—Tivemos algumas intempéries. Não por causa de nós, mas alguns obstáculos.
Eu respiro fundo.
—Já sei, você não pode me dizer.
Raed me abraça.
—Não. Não quero contar nada para você. Será a minha ótica das coisas.
—E se passar o tempo eu não me lembrar? Você me contará tudo?
Raed abre a porta e segura seus olhos nos meus.
—Você se lembrará. —Ele diz. —Este é nosso quarto.
Eu entro e depois de um tempo o olho.
—Por que temos uma vida de casados? Na nossa cultura não nos casamos primeiro?
Raed funga.
—Você era mulher difícil de se conquistar. Eu estava investindo nisso para te pedir em casamento. Sinto-me até frustrado, pois nunca parece ser um bom momento.
Eu o abraço.
—Eu? Difícil de conquistar? Eu me caso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....