– Aria ou um cerimonialista vai resolver isso. – Matthew estava no telefone. – Não sei. Vou falar com ela. Era para ser… surpresa. – Matthew suspirou.
Olho para ele. Matthew estava com uma aparência de cansado. Suas roupas não estão em um perfeito alinhamento como ele sempre deixa. Nenhum sinal do Martin. A campainha tocou e Anna foi atender. Matthew ainda não tinha me visto ali na escada, ele desligou a chamada e sentou no sofá. Logo depois aparece Anna com um médico. Desço mais alguns degraus parando do lado da escada. Matthew me olha e depois olha para o médico.
– Olá, Dr. Cole.
O médico nos cumprimentou e foi medir a pressão dele. Me aproximo.
– Está alta, Matthew. – Dr. Cole dá um olhar de aviso para ele. Como se eles já tivessem conversado. – Parece que você não andou seguindo minhas recomendações.
– É. – Matthew deu um sorriso a contragosto. – E agora não tenho outra opção a não ser seguir.
Dr. Cole faz um gesto de cabeça negando.
– O que ele tem? – Eu me ouço dizer.
Dr. Cole olhou para mim confuso e suspirou voltando a olhar para Matthew.
– Você não contou para ela? – Matthew desviou o olhar. O doutor suspirou mais uma vez não acreditando e olhou para mim. – Matthew, ele tem síndrome de Burnout ou síndrome de Esgotamento Profissional se você preferir. É causada pelo excesso de trabalho. Sintomas: Dor de cabeça frequente, cansaço excessivo sendo físico ou mental, Insônia, estresse, fadiga, pressão alta, dores musculares…
– Chega. – Matthew interrompeu ele. – Ela já entendeu.
Ignoro Matthew e continuo com as perguntas.
– Qual é o tratamento? Tem um tratamento, não é?
– Remédios e acompanhamento psicoterapia. A assistência psicológica é muito importante, Aria. Vai ajudar Matthew a encontrar formas de combater o estresse. – Dr. Cole também passou a ignorar Matthew quando o mesmo ia interromper de novo. – Mas o principal é ele se afastar do trabalho pelo menos por um tempo. Quando voltar ir aos poucos e nunca deixar chegar ao extremo.
Concordo com tudo que ele diz, ainda processando toda essa informação. O doutor falou mais sobre os cuidados e avisou que mandaria os remédios antes de sair.
– Aria…
– Onde está, Martin? – Não espero uma resposta indo pegar o meu celular e discando o número dele.
Matthew levantou vindo em minha direção e segurou minha mão. Ele pegou o celular da minha mão, deixando em cima da mesa. Tento pegar meu celular mais uma vez, mas Matthew me mantém no lugar.
– Precisamos conversar…
– Agora?! Agora você quer conversar? Agora que você está morrendo…
Meus Deus! Ele está morrendo. Matthew vai morrer?
– Eu não estou morrendo!
– Sua pressão já está alta…
As minhas palavras saiam tão rápido que eu mal estou me ouvindo.
– Aria, calma! – Matthew me sacudiu levemente.
Olho para minhas mãos e fecho em punho para não tremer. Respiro fundo. Matthew está doente. E saber disso… Droga! Temos que fazer alguma coisa. Precisamos colocar em prática tudo que o Dr. Cole disse. Agora! Estou nervosa, com raiva… Por que ele não falou nada?!
- Vamos buscar os remédios e vou procurar uma psicóloga…
Matthew me abraça pela cintura me mantendo no lugar quando eu começo a me alterar de novo.
– É bom saber que se preocupa comigo. – Matthew deu um leve sorriso.
– Não é legal ser viúva antes mesmo de casar. – Eu desconversei e evito olhar para ele.
– Desculpe por isso. – Matthew segurou no meu queixo virando meu rosto para ele. – Eu estava disposto a adiar o casamento por mais tempo, mas Martin...
– Eu estou aqui para isso, Matthew. – Me afasto dele.
– Não foi justo com você. Eu reconheço isso. – Matthew passou a mão pelo rosto, respirando fundo. – E peço desculpa por ontem.
– Por que não me contou?
Ele me olha. É tão nítido seu cansaço. Por que eu não percebi isso antes?
– Não estou acostumado a ter alguém do meu lado. – Matthew aproxima e segura minha mão, fazendo um leve carinho. – Ainda mais alguém que está disposta a me ajudar.
Olho para nossas mãos.
– Você… você vai começar a se cuidar agora, não é?
Minha voz saiu tão baixa. Engulo em seco. Minha preocupação é pelo convívio? Quando passamos a morar com alguém… Como se fosse colegas de quarto. É normal se preocupar. Eu estou gostando dele? Olho para Matthew.
– Sim. – Ele segurou minha mão com mais força. – Mas preciso da sua ajuda.
Matthew nunca foi tão delicado com suas palavras. Nas suas ações. Olho de novo para nossas mãos. Tem algum significado a mais? Aria, não ver coisa onde não tem.
- Os seus pais sabem?
- Não. - Ele responde rapidamente. - Não conte para eles. Eu vou tomar os devidos cuidados e isso não vai passar de um susto.
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