Estou começando a considerar contratar uma cerimonialista. Eu passei a manhã toda no quarto resolvendo coisas do casamento. Olicia, Isis e eu, nós três estamos resolvendo tudo. Eu quero muito algo pequeno e Olicia está cedendo aos poucos meu pedido. Agora preciso falar com Matthew para ele me ajudar a convencer sua mãe. Ela queria mais de mil convidados, mas baixou para oitocentos.
Estamos nos falando por chamada de vídeo e quando finalmente desligamos eu senti o estresse indo embora. Eu ainda continuo no meu antigo quarto. Matthew começou a tomar os remédios ontem mesmo. Hoje começou seu acompanhamento com a psicóloga. Eu saio do meu quarto em busca de comida, minha cabeça dói, mas nada que descanso resolva. Desço as escadas fazendo massagem no pescoço.
- Você está indo muito bem, Matthew. - A mulher fechou a tela do notebook. - Desse jeito eu tenho certeza que logo irá melhorar. - Ela ajeitou o cabelo colocando de lado e sorriu. - Vejo que minha estadia aqui será rápida, mas fico feliz se você ficar bem.
Quem é essa? Do outro lado da sala Clara cochicha alguma coisa para Anna, Anna dá uma cotovelada nela e manda sair dali. Clara sai emburrada.
- O almoço está pronto, senhor Dawson. - Anna avisa. Quando se vira para sair ela me vê. Anna sorri. - O almoço está pronto, Aria.
Anna parecia aliviada por eu ter chegado. Matthew e a mulher toda de branco me olha.
- Quem é ela? - Me aproximo do Matthew.
A mulher não sorria tanto agora.
- A enfermeira.
Olho para ela com mais atenção.
- Está sentindo calor, querida?
Ela está com alguns botões da camisa aberta. Aberta até de mais. Matthew sorri. Cretino! Continuei olhando para ela.
- Oh, é que…
- Fecha. - Ela ousa olhar para Matthew, mas como o mesmo não disse nada ela fez o que eu disse. - Agora pegue suas coisas e saia daqui.
Ela realmente pensou que Matthew fosse protegê-la? Só está menos de um dia aqui, querida. Ela ia falar, ela ousou abrir a boca para falar, mas com o jeito que a olhei… Ela foi sábia em ficar calada e ir embora. Pegou suas coisas rapidamente e saiu daqui. Era só o que me faltava a enfermeira querendo Matthew.
- Aria parece que seu ciúmes aumentou.
Olho para Matthew com os braços cruzados.
- Por que não falou para ela arrumar a camisa…
- Eu queria que você visse as verdadeiras intenções dela e assim vai parar de gastar meu dinheiro com besteira. - Ele levanta do sofá. - Eu não preciso de uma enfermeira, eu posso muito bem tomar meus remédios sozinho e minha psicóloga já está em contato direto com o Dr. Cole. Eu sei que está preocupada comigo, mas se vai gastar meu dinheiro atoa…
- Ok! Eu entendi. - Agito as mãos no ar fazendo ele parar de falar. - Exagerei e reconheço.
Matthew se aproxima de mim, cruzei meus braços olhando para ele. Com suas mãos em minha cintura, ele me abraça. Foco Aria. Eu ainda estou de braços cruzados. Tem tantas coisas para resolver. Agora eu percebo que Matthew cuidava de tudo. Não falo só da empresa e meu restaurante me dá trabalho, mas antes só tinha que focar em mim e nos meus interesses. Matthew tinha que cuidar de nós dois, dos interesses dele e dos meus interesses.
- Eu preciso de um favor. - Eu peço.
- Diga.
- Preciso que fale com sua mãe. Sobre o casamento, não quero algo grande.
Matthew faz uma cara de pensativo.
- Posso falar com ela, mas sabe que não vai ser fácil. - Um leve sorriso surge em seus lábios. - Volte a dormir no meu quarto e posso fazer esse esforço para você.
- Eu já estou…
- É isso ou nada feito. - Ele dá a palavra final.
Eu reviro os olhos.
- Eu aceito.
[...]
Olicia não se contentou em discutir com o filho pelo celular e no dia seguinte ela veio aqui em casa para falar com a gente pessoalmente. Não sou idiota, mãe e filho que resolva isso. Eu me escondo na cozinha assim que ela entra dentro de casa, Olicia subiu as escadas sem fazer questão de ser anunciada. Igual da última vez que ela apareceu aqui nos convidando para ir no clube e pegou Matthew e eu na cama. Eu acordei bem cedo já imaginando que isso poderia acontecer.
Felizmente eu estava certa.
Eu saio de casa encontrando o Kelvin na garagem. Ele me leva para TecDaw. Matthew não sabe que estou indo na sua empresa, ele nem sabe que sair de casa. Agora deve estar com a mãe dele em clima muito bom. Ou não. Eu não demorei muito para chegar na sala do Matthew. Não precisei falar com Vanessa, Martin saiu de uma das salas e veio até mim.
- O que faz aqui, senhorita Barnes? - Ele me olha confuso. - Matthew…
- Ele está bem. - Agito minha mão no ar para ele não continuar. - Vamos para a sala do Matthew.
Não espero sua resposta e sigo na frente em direção a sala. Vanessa apareceu rapidamente e abriu a porta para mim. Lá dentro eu vou para a mesa de Matthew e sento na sua cadeira. É bem confortável. Estou me sentindo bem poderosa.
- Já está mostrando suas garras, Aria? - Martin me olha com uma cara nada boa. E claro na posição que eu estava… Como sua chefe, ele não gostou nadinha. - Lembre-se que ainda não cumpriu os requisitos do contrato. Sua mordomia pode acabar antes do combinado.
- Isso é uma ameaça? Está me ameaçando, Dr. Barker?
Eu não abaixo a cabeça. Continuo com minha postura e aquele ar de poder. Aprendi isso com Matthew, eu reparei que ele tem mania de fazer isso com algumas pessoas. Eu estou gostando disso. Talvez depois de casada eu peça uma sala aqui. Até porque sou uma das acionistas dessa empresa e futura esposa do dono.
- Sempre achei uma péssima ideia ele escolher você.
- Eu sei. Você demonstra muito bem seu amor por mim. - Não evito o deboche. Isso irrita ele.
- Você é pura confusão. Ainda não colocou Matthew em uma grande confusão, mas não duvido muito que isso não vá acontecer. - Martin não poupou a língua. - Reconheço sua força de vontade, Aria. Mas não venha querer se aproveitar nas custas do Matthew. Mesmo que ele tenha herdado essa empresa de seu pai, Matthew lutou muito para chegar onde está e…
- Vão aproveitar que ele está fora para atacar. - Eu falo mais alto que ele o fazendo se calar. - Uma vez Matthew me falou que não fez apenas amigos nessa caminhada e que vão me atacar só por eu estar com ele. - Volto ao meu tom normal. - Se Matthew perder, eu também perco, Martin.
Martin me olha confuso como se não soubesse quem é a mulher na sua frente.
- Eu não vou fazer mal nenhum a Matthew, ele fez muito por mim… Só de ter me tirado daquela cidade. - Dou de ombros. - Você sabe. - Não tem porque eu entrar nessa história agora. - Matthew vai ficar ausente por um tempo nem que eu tenha que amarrar ele dentro de casa. Qualquer coisa que acontecer e for preciso a presença do Matthew, você vai me chamar.
- O que?
- Eu serei a porta voz do Matthew. - Olho para minhas unhas e volto a olhar para ele. - Se questionarem. Você vai dizer que Matthew me nomeou a sua porta voz por tempo indeterminado.
- Mas ele não…
- Vamos mentir, Martin. Entra no clima. - Eu suspiro e balanço a cabeça levemente. Ele é bem lerdinho para um advogado. Ele entendeu o meu suspiro e ficou sério. - Matthew não pode trabalhar até ficar bom de novo e não confio em ninguém daqui.
- E porque não está suspeitando de mim?
- O jeito que você o protege. Como falar sobre ele. Você não deixa Matthew sair da linha, perder o foco. - Olho para ele por alguns segundos. - E tenho certeza que fará o mesmo por mim enquanto estiver no lugar do Matthew. Até porque se não fizer eu vou causar uma grande confusão. - Dou de ombros.
Eu não faço a mínima ideia de como essa empresa funciona. Sem o Martin vou ficar perdidinha e é capaz de eu afundar a empresa em um dia. Martin vira o rosto escondendo um sorriso.
- Ok, mas vai ser até o Matthew voltar. Não pense que ficará no lugar dele para sempre.
Eu sorri.
- Cuidado. Assim vou pensar que você está começando a gostar de mim.
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