Chamas da Paixão romance Capítulo 92

No hospital, Bruno acomodou Jane adequadamente.

- Você tem muita sorte.

Bruno não conseguiu evitar, revirou os olhos:

- Você não está ciente de suas condições? Você bebeu.

Terminado de falar, ele se levantou, caminhou para fora, fechou a porta atrás de si. Lá fora, Rafael estva fumando.

- Me dê um cigarro.

Bruno estendeu a mão para Rafael, retirou uma caixa de cigarros do bolso e a jogou para ele.

Sem cerimônias, Bruno acendeu um:

- O que está acontecendo?

Ele olhou para a porta atrás dele, lembrou da primeira vez que se encontrou com Jane, despois que ela saiu da prisão. Jane orgulhosa, se ajoelhou diante de todos para não beber.

O outro homem continuou fumando, em silêncio.

Bruno não se importava com a indiferença do sujeito.

Exalando uma nuvem de fumaça:

- Ouvi dizer que, se ela conseguir cinco milhões de reais em um mês, você a libertará, é verdade? Você a deixaria ir?

- Impossível.

O homem, que não havia falado até agora, disse friamente.

Bruno ficou surpreso, surpreso com a emoção de Rafael, cutucou-o com o cotovelo:

- Você não percebeu que quando se trata dela, você age de maneira diferente?

O homem franziu a testa:

- Fale logo o que você quer dizer, não precisa de cautela.

- Foi você quem me pediu para falar. - Bruno limpa a garganta. - Acho que você está se importando demais com essa Jane. Normalmente, você não se comporta assim. Você é astuto, não percebeu a mudança no seu próprio comportamento?

Ele não acreditava que Rafael não tenha percebido a mudança em sua própria mentalidade.

No entanto...

Trinta segundos depois...

- Sério?

Bruno ficou impaciente:

- Você não fala, significa que você pensa a mesma coisa. Você não vai refutar?

- Ela está bem?

Depois de um tempo, Rafael perguntou.

O olhar de Bruno ficou estranho, fixado em Rafael... este sujeito não falou nada por tanto tempo, e quando finalmente falou, a primeira coisa que ele disse, foi perguntar sobre Jane?

Isso é um mau sinal... Bruno pensou.

- Ela teve sorte, não bebeu muito, mas é melhor evitar situações como essa no futuro. Ele continua. - No entanto, o joelho dela está bastante machucado.

Ao lado da janela, os olhos de Rafael se arrefeceram. Ele apagou o cigarro, assentiu com um grunhido e voltou para o quarto.

Bruno tentou segui-lo, mas a porta de madeira do quarto se fechou na sua frente sem piedade.

Bruno tocou o nariz e fez uma careta:

- O que tem de tão especial nisso? É apenas um quarto que não me deixaram entrar. Eu posso entrar amanhã, posso entrar todos os dias, igual em minha casa.

Inconformado, ele não demorou e foi embora.

Dentro do quarto do hospital.

- Você não tem nada para me dizer?

O homem está em pé ao lado da cama, olhando de cima para baixo para a mulher deitada.

A mulher abaixou a cabeça, e a sala ficou silenciosa por um momento.

Depois de um bom tempo, ela não respondeu. Uma ira inexplicável surgiu no coração de Rafael:

- Eles pedem para você se ajoelhar e você se ajoelha? Jane, para quantas pessoas você se ajoelhou por dinheiro?

Ele não podia aceitar o desespero dela... A Jane tão brilhante e inigualável do passado, desapareceu!

A mulher na cama não disse uma só palavra.

Ele ficou ainda mais furioso!

- Me diga, se eu não tivesse aparecido a tempo, você realmente teria bebido aquela garrafa de whisky! Você dá tão pouco valor à própria vida?!

Ele não conseguia acreditar, aquela mulher, trocava a vida por dinheiro!

Não foi a primeira vez!

Foi igual àquela vez em que ela fez um show de afogamento ao vivo!

Desde quando a vida de Jane se tornou tão barata?

Desde quando ela parou de se importar com a própria vida?

E ela, como ainda podia ficar tão calma!

Jane estava calma?

As mãos que ela escondia embaixo do cobertor estavam apertando cada vez mais forte em um lugar que ele não conseguia ver!

- Jane, o quanto de sorte é suficiente para você desperdiçar, quantas vidas são suficientes para você arriscar? Me diga, o que você faria se eu não tivesse aparecido a tempo?

Naquele momento, toda a racionalidade de Jane desmoronou!

Ela levantou a cabeça abruptamente!

Com um olhar feroz!

- Quem se importa com o seu aparecimento? Quem pediu para que você aparecesse? Quem implorou para você aparecer?

Ela estava tremendo de raiva! Seus olhos estavam vermelhos de raiva!

- Rafael! Quem me transformou nisso! Não finja se importar! Eu me ajoelhei, eu estava desesperada, eu arrisquei minha vida, e você não poderia estar mais feliz! Quem me acusou de "matar" sua amada Xaviana? Quem me acusou de ser ingrata por amar você? Eu estava errada? Eu estava errada, pode ser? Presidente Gomes, eu não sou grata a você!

Imperdoável!

Impossível perdoar!

Se ela realmente fosse culpada, então, ter chegado a esta situação hoje, seria merecimento!

Mas ela não tinha feito nada, e ele, não estava disposto a ouvir a explicação dela!

As acusações de João na cabine do Clube Internacional do Imperador ainda ecoavam em seus ouvidos!

Aquelas palavras, também eram provas da má índole de Xaviana!

Pela primeira vez, ela viu ódio nos olhos de Rafael!

Se ele estivesse disposto a dedicar mais tempo, se ele acreditasse nela, se... Não! Não havia "se"! Havia apenas uma prisão injusta por três anos!

Rafael ficou atônito com o ódio em seus olhos, algo que nunca aconteceu antes, fosse três anos antes ou três anos depois, fosse com a Jane orgulhosa ou com a Jane humilde, aquilo nunca havia acontecido!

Mas naquele dia, naquele exato momento, ele viu o ódio em seus olhos!

Uma dor surda se espalhou por todo seu corpo, e sua respiração ficou mais pesada involuntariamente!

Jane só poderia amá-lo, como ela poderia odiá-lo?

De repente, ele cerrou os dentes, ignorando a dor em seu coração.

Seus olhos profundos se fixaram nela.

Jane deu uma risada fria de repente:

- Presidente Gomes, sua Xaviana não é inocente!

- Depois de tudo isso, você ainda quer se defender?

A centelha de esperança que acabara de acender nos olhos de Jane desapareceu... é verdade, ele não acreditaria nela, ele realmente não acreditaria nela nem no fundo do coração.

Quando as explicações se tornaram desculpas aos olhos dos outros... Jane disse a si mesma "não há necessidade de explicação".

Disse a si mesma: "não seja tola tentando fazê-lo acreditar".

Mas ela não estava satisfeita, ela estava quase louca por se torturar, ela olhou para o homem ao lado da cama, e zombou dele quase vingativamente:

- Xaviana, mereceu a morte, ela mereceu!

Uma mão subitamente se ergueu e foi em direção ao seu rosto, Jane ficou pálida e fechou os olhos instintivamente.

A dor esperada não se manifestou, o som do punho batendo contra parede explodiu em seu ouvido.

- Jane, não importa o quão humilde ou desonrada você se tornou, eu ainda te vejo como aquela Jane. Xaviana está morta, você ainda insulta-a, essa atitude, me dá náuseas!

Em um estrondo, Rafael com um desapontamento intenso cintilando em seus olhos, saiu batendo a porta!

No quarto do hospital, a mulher na cama parecia uma estátua, seu rosto terrivelmente calmo.

Um minuto se passou, dois minutos se passaram... cinco minutos se passaram... dez minutos se passaram!

Finalmente!

Gritou aliviada.

Xaviana está morta, e Jane? Jane não conseguia mais se conter.

Rafael! Estava cego, seu coração também estava cego!!!

E Jane?

Jane merecia aquilo? Jane merecia morrer?

Aquela atitude, dá náuseas? Ter insultado uma pessoa morta? ... Aquela pessoa morta não era inocente!

Ela deixou escapar um som estranho de sua garganta, como o de um monstro, fechou os olhos de dor... A coisa que mais lhe causava arrependimento na vida, era ter encontrado Rafael!

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