Ciclo de Rancor romance Capítulo 116

‘Ela está admitindo só por causa de Sterling? Ela teve um colapso emocional completo só porque ele foi punido? Isso bastou para que ela confessasse algo que negava até ao custo da própria saúde?’

O peito de Brendan ardia de raiva e ele não fazia ideia do porquê.

Ele queria que Deirdre admitisse sua mentira e mirava nesse objetivo específico, mas ficou furioso, no exato momento em que ela finalmente cedeu. Em uma mistura de ódio e triunfo, Brendan agarrou o pulso fino da jovem com um aperto forte o suficiente para quebrar-lhe o braço, se ele assim quisesse:

― Então, finalmente, você admite? ―

― Sim. ― Deirdre assentiu.

Considerando a situação em que estavam, a jovem não tinha outra escolha a não ser admitir. Sua inocência não era nada comparada ao bem estar de Sterling. Além disso, Brendan nunca acreditaria que ela era inocente, não importa o que acontecesse.

― Eu sabia. Você é desprezível e sem escrúpulos, como esperado ― o monstro estava furioso e seu domínio sobre Deirdre era tão forte que ele respirava pesadamente ― por que eu confiei em você e senti pena de você? Você é quem deveria ter tomado os remédios para dormir! Você é a única que merece morrer! ―

Deirdre estava prestes a morrer sufocada, tamanho o peso que sentia no peito:

― Sim, deveria ter sido eu ― ela concordou, querendo dizer exatamente isso. Por Sterling, ela suportou a dor e segurou as lágrimas. Por Sterling ela respirou fundo e disse claramente ― vou me desculpar com Charlene e implorar por seu perdão. Eu também farei um juramento, contanto que você deixe Sterling escapar... ―

Se a tortura parasse naquele momento, as mãos do médico ficariam bem, mas ele não seria capaz de realizar cirurgias se suas mãos fossem mais danificadas. As mãos eram a ferramenta mais importante de um médico.

Brendan empurrou Deirdre ferozmente e ela foi pega de surpresa ao cair no sofá, batendo com a cabeça na parede.

Os lábios finos de Sterling estavam terrivelmente pálidos, mas ele mantinha a cabeça baixa, focado em limpar o chão. Mas, com o barulho do impacto, ele correu até Deirdre:

― O que você está fazendo, Brendan!? Como você pôde fazer isso? Você é a maior maldição da vida de Deirdre... ―

Se Andre não tivesse parado Sterling, com movimentos rápidos e ágeis, Sterling teria golpeado Brendan mais uma vez.

Brendan enxugou as mãos com um lenço de papel, depois de tocar nas mãos de Deirdre. Ele olhou para Sterling com olhos gelados e um sorriso de escárnio nos lábios:

― Maldição? ― O monstro falou, com desprezo ― Você está errado. Deirdre gosta de ser tratada dessa maneira. Ela é desprezível por natureza e vem até mim, como um cachorro obediente, quando a chamo. Você pode perguntar a ela, se não acredita em mim... ―

Os olhos de Sterling estavam injetados de raiva.

Deirdre estava com falta de ar, mas ainda lutava para falar:

― Sim. Escolhi ficar com Brendan de bom grado, Sterling. Estou grata por ter vindo em minha ajuda, mas você só vai me colocar em mais problemas se comportando dessa maneira. ―

― Deirdre... Por que você faz isso? O que ele sabe que lhe dá poder sobre você? ―

Deirdre levantou-se do sofá, com grande dificuldade. Ela não respondeu a pergunta, mas disse com um olhar abaixado:

― Sterling, me escute e deixe Neve, pelo bem da nossa amizade. ―

Sterling estava incrédulo:

― Deirdre... Você está me mandando embora? ―

Deirdre virou o rosto e Brendan estreitou os olhos, porque entendeu a intenção da jovem. Ele não poderia fazer nada com Sterling se este se mudasse para outra cidade. Ela não pouparia esforços para salvar Sterling.

'Ela é muito ingênua!'

― Sterling, você não entende mais a nossa língua? ― Brendan tinha uma expressão zombeteira ― Ela mandou você ir embora. Você vai ficar se humilhando por essa monstruosidade? Apenas vá. ―

Sterling se recusou a fazer isso, naturalmente. No entanto, ele não poderia lutar contra Andre e os seguranças postados do lado de fora. Então, se deixou ser carregado pelos brutamontes.

Deirdre estava ofegante e segurava o peito, quando a porta foi fechada. Ela podia sentir a azia constante do refluxo ácido. Mesmo que ela não comesse muito, ela não conseguia evitar vomitar.

'Isso é nojento. Tudo é muito nojento.'

Quando o refluxo passou, ela reprimiu a amargura que sentiu na língua e disse com os olhos vermelhos:

― Você vai deixá-lo ir, certo? Não deixe que ele seja preso. Eu vou me desculpar com Charlene. ―

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